2025-5-12

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Reportagem

Explora 2025: IA e inovação no centro da estratégia tecnológica da TD Synnex

O Business Center do MEO Arena acolheu a primeira edição portuguesa do Explora da TD Synnex, com o objetivo de partilhar visões sobre a implementação de inteligência artificial e os seus riscos e oportunidades para Parceiros e clientes

Explora 2025: IA e inovação no centro da estratégia tecnológica da TD Synnex

Marta Quaresma Ferreira, jornalista do IT Channel, deu as boas vindas aos convidados da TD SYNNEX explora

No passado dia 10 de abril, o Business Center do MEO Arena foi palco do Explora, um evento exclusivo da TD Synnex com foco na inovação e implementação de Inteligência Artificial (IA). A sessão de boas-vindas contou com intervenções de Raul Castro, Senior Director Sales da TD Synnex Portugal, Luís Pires, VP Endpoint Solutions Iberia, e Santiago Mendez, VP Advanced Solutions Iberia.

 

Raul Castro, Senior Director Sales da TD Synnex Portugal

Raúl Castro iniciou a sessão destacando a importância do reencontro com os Parceiros, sublinhando que há muitos anos que a TD Synnex não realizava um evento em Portugal e expressando o desejo de que os participantes se sentissem bem e passassem bons momentos. Para a empresa “a tecnologia é incrível, mas as Parcerias que são construídas ao longo dos anos é que fazem acontecer”.

A TD Synnex conta com mais de 1.500 Parceiros e 115 mil clientes no seu ecossistema, caminhando para os 23 mil colaboradores. Em Portugal, encerrou 2024 com volume de negócio superior a 650 milhões de euros, apoiada por uma equipa de mais de 145 colaboradores e cerca de três mil clientes. Segundo Raul Castro, a estratégia global assenta em quatro pilares: investimento, transformação digital, portfólio e expansão geográfica.

Luís Pires, VP Endpoint Solutions Iberia

 

Luís Pires reforçou a importância do portfólio como elemento diferenciador da TD Synnex no mercado. “Somos o distribuidor com o portfólio mais completo, que toca todas as áreas de negócio”, afirmou. Acrescentou que a empresa valoriza a responsabilidade social, procurando ser “uma empresa excelente para trabalhar” e desenvolvendo projetos ligados à sustentabilidade e economia circular.

 

Santiago Mendez, VP Advanced Solutions Iberia

Santiago Mendez destacou a abordagem centrada nos Parceiros e clientes, explicando que a empresa oferece serviços adaptados aos vários mercados e promove a transformação digital através de plataformas e formações certificadas. A cibersegurança, aliada à IA, foi outro ponto-chave abordado: “Temos reforçado a cibersegurança e temos um portfólio que nos permite oferecer soluções desde os postos de trabalho até à cloud, passando por centros de dados, para assegurar a segurança de toda a informação, todos os dados e todos os acessos”.

IA em foco: estratégias de implementação e desafios reais

A inteligência artificial continua a ser um tema chave na evolução tecnológica e do mercado, existindo diversas estratégias sobre como se pode implementar esta tecnologia nas empresas. António Jerónimo, Global Speciality Sales Leader Portugal da Dell Technologies, defendeu que a estratégia da organização está relacionada com o conceito de aproximar a IA dos dados, já que quanto mais estiverem afastados os dados dos modelos de IA, mais elevados serão os custos para as empresas.

António Jerónimo, Global Speciality Sales Leader Portugal
da Dell Technologies

 

“Quando estamos a falar de IA generativa, que utiliza um volume de data sets muito maiores, mais importante se torna aproximar o modelo de inteligência artificial dos dados”, referiu. A Dell criou o conceito da Dell AI Factory, que tem como objetivo produzir outcomes alinhados com os objetivos de negócio dos clientes, sejam o aumento da produtividade, a criação de novos produtos ou serviços.

Contudo, o Global Speciality Sales Leader Portugal alertou que a maioria dos projetos de IA falham na fase de definição de use cases, referindo que “se isto não for bem feito, começamos a iniciativa e ela há de correr muito mal, provavelmente. Portanto, esta fase é extremamente importante”. A empresa reconhece que não existe nenhuma organização que seja capaz de cobrir todas as necessidades de IA de todos os clientes, sendo assim aposta numa rede de Parceiros como a Nvidia, a Intel, AMD, para complementar a sua oferta e “endereçar o maior número de use cases”.

 

Sónia Casaca, Country Sales Manager da HPE Aruba

Seguiu-se Sónia Casaca, Country Sales Manager da HPE Aruba, que apresentou uma visão de como a empresa pretende atacar o futuro da conectividade com soluções sustentadas por IA, segurança e automação. O foco principal esteve em consolidar a proposta de valor de marca, tanto para os seus atuais Parceiros como para novos mercados. “Queremos que os nossos Parceiros tenham connosco uma relação de confiança com tecnologia de topo e inovação”, afirmou. A empresa destaca três pilares estratégicos: conectividade inteligente, segurança integrada e automação baseada em IA. A plataforma Aruba ESP foi referenciada como o centro da estratégia da empresa, reunindo todos os componentes.

Sónia Casaca referiu que a plataforma oferece “uma única consola de gestão, com visibilidade total da rede, segurança nativa e capacidade de integração com soluções de terceiros”. Em termos de posicionamento de mercado, a HPE Aruba pretende manter o foco no seu core business e simultaneamente crescer em novas áreas, aproveitando oportunidades em refresh tecnológico, data centers com IA, modelos as-a- -Service e soluções escaláveis.

Francisco Cordeiro, Solutions Architect Compute Specialist
da HPE

 

Francisco Cordeiro, Solutions Architect Compute Specialist da HPE, apresentou a visão da empresa para a adoção de IA, alertando que “todas as aplicações ou softwares que não recolham de alguma forma a inteligência artificial têm tendência a ficar obsoletas ou ineficientes rapidamente”. A empresa apresenta uma proposta diferenciadora, alicerçada numa longa preparação estratégica que incluiu diversas aquisições. “Não somos apenas uma empresa de hardware”, sublinhou, referindo que investimentos em áreas como gestão de containers, analítica e dados foram decisivos para apoiar clientes e Parceiros nesta nova era. No entanto, existe um obstáculo persistente: “um em cada dez projetos de inteligência artificial não chega à produção”. As causas mencionadas foram o tempo de produção, a complexidade na criação de aplicações, a preocupação com a escalabilidade, os custos e a questão da privacidade e soberania dos dados. À medida que os projetos crescem e envolvem dados reais, surgem entraves: “os custos começam rapidamente a evoluir e não há um controlo”, alertou. A alternativa, migrar para on-premises, levanta preocupações operacionais: “Cada Data Scientist escolhe o conjunto de ferramentas com que gosta de trabalhar, e isto é uma preocupação para a equipa de IT.” É neste contexto que a HPE apresenta a sua proposta de Private Cloud AI, uma solução que procura aliar o melhor dos dois mundos. Esta plataforma permite não só uma maior rapidez na implementação, bem como controlo total sobre dados e acessos garantindo uma experiência semelhante à da cloud pública.

De seguida, Vítor Santos, AS PT & Datacenter Iberia Director da TD Synnex, apresentou o Programa Destination AI, com o objetivo de apoiar e capacitar os seus Parceiros para esta tecnologia. O representante afirmou que a IA “vai transformar todos os verticais sem exceção”. Este projeto visa garantir um desenvolvimento conjunto, proporcionando apoio em todas as fases do processo. O Programa está estruturado em quatro pilares: sensibilização, capacitação, apoio durante a venda e acompanhamento pós-venda. Na fase de sensibilização, a empresa reuniu mais de 315 casos de sucesso.

 

Vítor Santos, AS PT & Datacenter Iberia Director da TD
Synnex

Em termos de capacitação, foram desenvolvidos roadmaps de formação para equipar técnicos e Parceiros com as competências necessárias. Na fase de venda, a empresa oferece apoio com equipas de pré-venda, técnicos especializados e workshops. Após a venda, o compromisso mantém-se com o acompanhamento dos projetos e da sustentabilidade, incluindo “Programas de retoma de equipamentos antigos para reposição da nova tecnologia”. Os Parceiros também terão acesso a fundos de apoio, incluindo financiamento para eventos de vendas e pós-venda, além de uma expansão contínua do portfólio tecnológico.

Cibersegurança impulsionada por IA: o caso Cisco Hypershield

Numa conversa com Nádia Jamal, Account Executive, Security da Cisco, foi apresentada uma das mais recentes inovações no campo da cibersegurança: o Cisco HyperShield. A nova arquitetura promete responder aos desafios mais complexos das infraestruturas digitais modernas, tirando partido da escalabilidade e do poder da IA. “O HyperShield é uma solução inovadora que permite proteger workloads, quer estejam na cloud ou on-premises”, afirmou Nádia. Um dos grandes focos da solução é a segmentação de redes, crítica para prevenir movimentos laterais de ameaças em ambientes híbridos. “A segmentação é essencial, mas extremamente difícil de implementar quando temos workloads dispersas por ambientes tão distintos como a cloud e o Kubernetes”, salientou.

Nádia Jamal, Account Executive, Security da Cisco

 

Neste sentido, o HyperShield destaca-se por automatizar esse processo com base em análises comportamentais e recomendações geradas por IA, conseguindo identificar padrões até ao nível do kernel. Nádia Jamal destacou a abordagem do HyperShield à gestão de vulnerabilidades como outro ponto forte desta inovação. A integração de IA permite “fazer recomendações, testar políticas em tempo real com tráfego real e detetar anomalias de forma contínua”, reforçou. Nádia Jamal destacou ainda o investimento da Cisco em inovação interna e o uso de tecnologias como eBPF. “Queremos libertar as equipas de segurança da sobrecarga operacional, dando-lhes ferramentas para serem mais ágeis, proativas e eficazes”, concluiu a representante da Cisco.

IA nas empresas portuguesas: desafios, ética e segurança

O fim da tarde foi marcado por uma mesa- -redonda dedicada à IA e à sua aplicação no contexto empresarial, com um painel composto por Ricardo Silva, CTO & Technologies Business Lead da Cisco; Vítor Baptista, Field CTO Portugal & Global Senior Performance Consultant da Dell Technologies; Nuno Azevedo, Category Manager da HP; Céu Mendonça, Executive Director Global Partner Solutions da Microsoft; e Luís Lança, Country Manager da Palo Alto Networks.

Ricardo Silva começou por destacar que o enviesamento dos algoritmos de IA decorre de falta de controlo sobre os dados utilizados nos treinos dos modelos, os quais podem estar contaminados ou mal representados. Vítor Baptista reforçou o papel da infraestrutura tecnológica no combate a este enviesamento, explicando que o viés pode ser introduzido por três fatores: pessoas, tecnologia ou os próprios dados. “Muitas vezes, as organizações não têm dados suficientes nem de qualidade para treinar os seus modelos, o que leva ao uso de alternativas como dados sintéticos”, referiu. Já Nuno Azevedo sublinhou o compromisso da HP em promover a equidade e a democratização do acesso à tecnologia e referiu que a empresa desenvolve soluções que permite uma colaboração eficiente entre utilizadores e IA.

 

A mesa-redonda reuniu representantes da Cisco, da Dell
Technologies, da HP, da Microsoft e da Palo Alto Networks

Ao abordar o setor financeiro, Céu Mendonça destacou o impacto positivo que a IA, nomeadamente na automação de tarefas críticas e deteção de anomalias. Porém, salientou que é necessário manter o controlo humano e garantir que os modelos operam com transparência e responsabilidade. “O nosso objetivo é que as pessoas ganhem confiança nos sistemas, e isso só é possível com auditorias, monitorização contínua e fases de implementação bem definidas”, afirmou.

Em relação à segurança das comunicações, Ricardo Silva voltou a intervir, desta vez abordando a cifragem quântica. Ricardo Silva explicou que esta encriptação será crucial na preparação de um futuro dominado pela computação quântica. “É essencial preparar hoje as comunicações entre sistemas, aplicações e instituições para um futuro onde a computação quântica será uma realidade acessível”, referiu.

Por fim, Luís Lança reforçou a importância de a IA ser utilizada não apenas como uma ferramenta preditiva, mas também como um mecanismo ativo na proteção de dados e sistemas. Sublinhou que a segurança tem de ser pensada desde a base, com a IA a apoiar na deteção de ameaças, monitorização de acessos e análise de padrões em tempo real.

O painel concluiu que as empresas portuguesas estão cada vez mais conscientes da importância da IA, e dos seus riscos, e que é fundamental garantir uma abordagem ética, segura e inclusiva para maximizar o seu potencial.

Concluídas as sessões, o evento terminou com um momento de networking entre os participantes, permitindo a troca de ideias, partilha de experiências e o reforço de relações entre Parceiros e clientes.


Em declarações ao IT Channel, Paulí Amat, Diretor Ibérico da TD Synnex, sublinhou a importância de um evento desta dimensão na capital portuguesa, destacando que há vários anos não se realizava uma iniciativa onde a empresa pudesse “apresentar todas as novidades e mudanças realizadas na empresa e no mercado nos últimos anos”. O responsável apontou a inteligência artificial como um dos principais temas em destaque, com impacto transversal em áreas como a cibersegurança, automatização e nos próprios postos de trabalho. “Esta tecnologia é como um coração, mas tudo o que está à sua volta também está a mudar”, afirmou.

Também Raul Castro, Senior Director Sales Portugal da TD Synnex, destacou, em conversa com o IT Channel, que o Explora nasceu da estratégia de proximidade da empresa com o seu ecossistema. O responsável frisou a importância das relações de longo prazo com os Parceiros: “As relações duradouras são aquelas que fazem acontecer e termos casos de sucesso”. A inteligência artificial e a cibersegurança foram igualmente apontadas como prioridades: “São, claramente, os dois temas em foco atualmente e nós temos essas capacidades para podermos ajudar os Parceiros a acelerar e desenvolver o seu negócio”.

Luís Pires, VP Endpoint Solutions Iberia da TD Synnex, recordou os antigos Fóruns TI, organizados pela Tech Data, que já não se realizam há mais de uma década. O responsável destacou o Explora como um novo ponto de encontro relevante para reforçar a ligação com os Parceiros: “Voltar a estar mais perto dos nossos Parceiros” é, para Luís Pires, essencial. Sobre os temas em destaque, sublinhou a atualidade da inteligência artificial, com os principais oradores a abordarem “os benefícios e os riscos que é preciso ter em consideração nesta altura”.

Santi Mendez, VP Advanced Solutions Iberia da TD Synnex, reforçou também a importância da realização do evento em Portugal, considerando que tem “muito valor para os nossos clientes, e nós dependemos deles. Estar próximo deles e ter a oportunidade de estar perto deles pelo menos uma vez por ano para demonstrar as nossas estratégias e as nossas prioridades”. Em declarações ao IT Channel, referiu que as áreas com maior procura por parte dos Parceiros portugueses são a cibersegurança, que considera “uma necessidade básica nas empresas”, e a inteligência artificial.

Entre os Parceiros presentes no evento, Isabel Reis, Iberia Managing Director da Dell Technologies, realçou a relevância da Parceria com a TD Synnex “pela força que a TD Synnex tem no mercado e pela relação de anos e anos”. Para a diretora ibérica da Dell, a presença da distribuidora é crucial tanto no apoio à fabricante como aos Parceiros. “Tudo aquilo que podemos fazer no mercado português em conjunto dos nossos Parceiros e fazer essa demonstração de força, de Parceria e de alinhamento de mensagem, é muitíssimo importante”, sublinhou.

Céu Mendonça, Executive Director e Global Partner Solutions da Microsoft, destacou, por sua vez, o papel da TD Synnex como extensão da indústria no mercado, afirmando que “a TD Synnex tem um papel de braço no mercado para conseguir com que cheguem uma série de novidades, para que consiga ajudar os Parceiros naquilo que é toda a preparação de skills, competências, ajudar todo o Canal a servir melhor os clientes em várias valências”. Em conversa com o IT Channel, acrescentou que “estes momentos de encontro da nossa indústria são muito importantes”, realçando que “estamos a viver um momento em que esta importância tem uma dimensão maior porque estamos numa nova fase de transformação”.

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