João Zeferino, Enterprise Connectivity Solutions na Huawei em 2025-6-26

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A IA ao serviço das redes campus

A Inteligência Artificial (IA) continua a ser o tópico mais abordado da década, com aplicações transversais e disruptivas em praticamente todos os aspetos dos negócios e do quotidiano do trabalho. A sua presença e disponibilidade é praticamente ubíqua.

A IA ao serviço das redes campus

João Zeferino, Enterprise Connectivity Solutions na Huawei

Segundo a Forbes , cerca de 71% de todas as imagens que circulam nas redes sociais são geradas por IA, num deslumbre pela criatividade sintética destes mecanismos.

A perceção contemporânea da IA é a de que constitui um conjunto de ferramentas robustas que aportam valor tangível às organizações. A comprová-lo estão, de acordo com a mesma publicação, os dados dos investimentos em Investigação & Desenvolvimento por parte de grandes organizações a operar nesta área da tecnologia: mais de 280 mil milhões de euros em 2025. Tal como o volume do mercado endereçável para serviços de IA: mais de 213 mil milhões de euros em 2025, excedendo os 701 mil milhões em 2030.

Esta última métrica evidencia a intenção das organizações em investir em soluções suportadas por IA e, sobretudo, procurar entidades com competência para capacitar a visão, os fatores diferenciadores de negócio e a competitividade acrescida que a IA proporciona.

As redes de comunicações, particularmente em ambiente de campus (routers, switches e access points Wi-Fi) também podem beneficiar com a Inteligência Artificial.

A maioria das ofertas de mercado permite a configuração direta dos equipamentos por via de CLI ou Web, opção que se revela pouco escalável e com elevada probabilidade de erro humano. Este pode ser mitigado por NMSs ou controladores SDN para automatizar a entrega de configurações, mas ainda assim, fica por considerar a componente mais importante: a telemetria, que se traduz na visibilidade integral da rede, do seu estado, dos seus serviços e dos seus utilizadores.

Quando estas métricas ficam disponíveis, podem ser consumidas para treinar modelos de IA que possibilitam, por exemplo, a mitigação automática de anomalias, a predição de largura de banda ou a aferição do impacto de novos serviços sobre uma representação digital da rede, tendo como referência uma carga basal, entretanto perfilada.

E por que razão é esta analítica preditiva suportada por IA tão importante? Apesar de tipicamente não constituir a atividade principal das organizações, as redes de comunicações são frequentemente a espinha dorsal que as sustenta, por isso devem ser robustas e dotadas de mecanismos contemporâneos e proativos, que não só mitigam anomalias quando estas se manifestam, como também implementam ajustes sempre que necessário, numa ótica de melhoria contínua.

Uma gestão mais inteligente e sustentável

A IA pode ajudar a melhorar a operação das redes Wi-Fi através da calibração inteligente, assegurando a sua estabilidade, através do treino de modelos que tomam a telemetria dos access points, perfilam a utilização efetiva (não simulada) da rede, considerando ainda interferências externas e mútuas, produzindo por fim um plano de potência radiada e de canais otimizado para cada local. Estes mecanismos permitem o estabelecimento de baselines de operação ajustados a cada local, removendo canais do conjunto inicial determinado pelo administrador de rede, caso o modelo constate que o espectro respetivo está frequentemente ocupado.

A atenção redobrada a um consumo racional de energia é do interesse global, desígnio do qual as redes de comunicações não se podem dissociar. Assim, também aqui a IA pode ter um papel preponderante, ajudando a preservar energia através da otimização inteligente dos consumos. Sabemos que a disponibilidade de redes Wi-Fi está em toda a parte, caracterizada pela sua conveniência, mas tal é conseguido à custa da implementação de número correspondente de access points. Todos estes equipamentos consomem muita energia para operarem adequadamente, podendo alguns a consumir 802.3bt (equivalente de até 90W) para o efeito.

Tendo em conta a dimensão de um estádio, de um edifício de escritórios ou de uma universidade com todos os access points em funcionamento durante a noite, sem serem necessários, torna-se evidente a oportunidade para tecnologias de otimização inteligente do consumo de energia. Com a IA, é possível prever os períodos de inatividade e sugerir um modo políticas de economia de energia e momentos durante os quais os equipamentos são efetivamente desligados ou colocados em modo de economia.

Outra das aplicações é a predição de largura de banda, ou seja, a possibilidade de traçar o perfil dos fluxos de dados das redes de comunicações. Por exemplo, no caso do retalho online, a IA permite recolher informações como indicadores de tráfego, procura por produtos mais populares, até a dados sobre o próprio design do site, o que possibilitará prever com determinado grau de certeza, a largura de banda necessária para garantir a conclusão com sucesso de transações online.

Ainda, o uso da IA em assistentes virtuais tem um impacto significativo no processo de mitigação de anomalias. Estes assistentes facilitam a interação por recurso a linguagem natural, o que tem o potencial de tornar o processo de resolução de problemas numa “conversa” com a plataforma.

Existe ainda a capacidade de monetizar estes mecanismos de IA, seja de forma direta, ou por integração com outras plataformas. Por exemplo, uma rede Wi-Fi calibrada de forma inteligente pode ser complementada com localização e permitir a identificação de zonas de permanência de clientes Wi-Fi. Isto é, a combinação de localização e conservação energética por IA pode alavancar a gestão sustentável de edifícios, assegurando que as comunicações e/ ou aparelhos (como ares condicionados) estão desligados, e os acessos físicos bloqueados, em zonas com pouca ou nenhuma permanência humana. Além disso, esta informação pode ser utilizada para valorizar espaços de eventos, tendo como comparação a audiência (medida pela permanência de clientes Wi-Fi) de eventos anteriores.

Os mecanismos de Inteligência Artificial deixaram de ser apenas um conceito. São uma realidade e estão preparados para revolucionar a gestão e operação automatizada e sustentável das redes Campus.

 

Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Huawei

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