As Parcerias e a inovação no mercado de PC: desafios e oportunidades

Perante uma Lisboa que acordou primaveril, a TD Synnex organizou um evento em conjunto com a Microsoft e a Intel, sob o mote “Channel Connect”. Num cenário marcado por desafios geopolíticos, incertezas no mercado e um ritmo de mudança acelerado, a TD Synnex reuniu os seus fabricantes para partilharem a sua visão sobre o mercado de PC.

Raul Castro, Senior Director and Sales da TD Synnex Portugal, deu as boas-vindas aos Parceiros e, ao sublinhar a incerteza do contexto económico, não ignorou os sinais de instabilidade. “Já estamos a meio do ano e ainda temos muita coisa pela frente, muitas incertezas”, referiu.

	Raul Castro, Senior Director and Sales da TD Synnex Portugal

O Senior Director and Sales da TD Synnex Portugal deu especial importância aos Parceiros: “Mais importante do que a tecnologia, são as Parcerias”; além disso, reforçou a força das relações no Canal e apontou que “70% dos casos de sucesso têm a ver com as boas Parcerias”. Antes de passar o testemunho, o responsável revelou que “a inovação e a tecnologia aparecem, mas a Parceria que depois junta a inteligência às situações e aos desafios que são colocados faz a diferença e promove o sucesso”.

O papel da transformação tecnológica no mercado de PC

Azucena Ruiz Sanchez, Partner Development Manager da Microsoft, destacou o papel central que os Parceiros de Canal podem assumir num contexto de transformação tecnológica acelerada. “É o momento da oportunidade, dessa etapa de revolução onde contamos com diferentes opções e, sobretudo, porque nos encontramos num mundo em que temos duas histórias para contar”, afirmou, explicando que uma dessas histórias é “a história do refresh”, impulsionada pelo fim do suporte ao Windows 10, e a outra “a história da inovação”.

Azucena Ruiz Sanchez, Partner Development Manager da Microsoft

A responsável considerou este um momento crucial para o Canal, já que existem várias alavancas para garantir que os clientes tenham a tecnologia mais recente e estejam igualmente protegidos. Destacou a urgência do fim do suporte ao Windows 10, mencionando que, a partir de 14 de outubro, “o Windows 10 não terá suporte e a Microsoft não fará atualizações ou certificações de segurança, colocando os clientes em risco ao usarem dispositivos com este sistema”.

Alertou também para a urgência na renovação do parque informático, lembrando que Portugal está a perder terreno. “Chegámos muito tarde para atualizar”, afirmou. O número de dispositivos elegíveis para atualização, explicou, caiu de cerca de dois milhões para 1,4 milhões – o que implica que, embora muitos ainda estejam por atualizar, parte da oportunidade já se perdeu porque o tempo passou e não se agiu a tempo.

Windows 11: urgência e oportunidade para os Parceiros de Canal

A transição para o Windows 11 exige uma abordagem estratégica das empresas, não só na renovação dos dispositivos, mas também na comunicação com os clientes. Azucena Ruiz Sanchez destacou que o essencial é transmitir “a urgência e o risco”, enfatizando que não se trata apenas de um objetivo comercial, mas sim dos riscos de segurança para o cliente. Apontou ainda que o momento mais crítico de um dispositivo continua a ser o arranque, frisando que “essa é a parte mais vulnerável que há na tecnologia, o momento do hardware”.

Mesa-redonda com participantes da Dell Technologies, HP, Lenovo e Microsoft

Pedro Fragoso, Business Personal Systems Category Manager da HP, chamou a atenção para o ciclo de vida dos dispositivos e o papel que os Parceiros devem assumir nesta mudança, reforçando que é preciso comunicar “de forma muito clara” o fim de suporte ao Windows 10. Acrescentou ainda que “o tempo foi passando e este tema foi sendo esquecido” e que os Parceiros têm um papel fundamental “na partilha com o cliente da sua situação atual e no planeamento da sua jornada de renovação tecnológica”.

O impacto da IA nos dispositivos empresariais

Jonas Carneiro, Sales Manager da Dell Technologies, afirmou que a mudança deve ser vista como “uma alteração estratégica a nível empresarial”, com impacto direto na infraestrutura das organizações.

Rui Gouveia, Channel Sales Manager da Lenovo, viu na transição uma oportunidade para fortalecer o ecossistema de Parceiros, sublinhando que “só acrescentamos valor se conseguirmos resolver os problemas que os clientes nos trouxeram” e vendo-a também como uma chance de “um refresh tecnológico” com ganhos em produtividade e segurança.

Os Parceiros de Canal precisam de se preparar para a adoção de dispositivos empresariais com Inteligência Artificial (IA). Rui Gouveia destacou que os novos PC com IA são projetados com três pilares: personalização, produtividade e segurança. Estes dispositivos, funcionam como assistentes pessoais, que aumentam a execução de tarefas e melhoram a colaboração. Além disso, dá destaque à aposta em dispositivos sustentáveis, com melhor autonomia, preparados para ambientes híbridos e mais fáceis de reparar. A combinação de processamento local com NPU e soluções como o Copilot oferecem uma experiência mais eficiente e personalizada.

Pedro Fragoso destacou que a adoção em massa ainda não ocorreu, uma vez que muitos clientes não compreendem o valor da IA nos dispositivos, alertando que as empresas que não considerem correm o risco de ficar desatualizadas. Azucena Ruiz Sanchez ressaltou o papel dos Parceiros na educação do mercado, já que muitos utilizadores não distinguem entre IA tradicional e generativa. A missão dos Parceiros é, portanto, posicionar os PC com IA como plataformas de inovação segura, baseadas no ecossistema fiável da Microsoft, com soluções como tradução em tempo real e recuperação contextual de informações.

Setores-chave para a inovação tecnológica

Pedro Tavares salientou que “as decisões de IA dentro de uma empresa são decisões de negócio tomadas no C-level”, colocando pressão nas direções de IT, “desacompanhadas neste processo”. Para os Parceiros, o desafio foi ser “trusted advisors”, ajudando as organizações nas mudanças. Setores como defesa, educação e saúde apresentam grande potencial, com a educação como exemplo direto de aplicação de IA: “há mais exemplos concretos de ajuda e impacto direto”. No entanto, alertou que “se não houver uma linha orientadora no Ministério da Educação, isso não se vai propagar de forma homogénea aos concursos”.

Rui Gouveia afirmou que “cada setor tem as suas necessidades de equipamentos”, destacando que, na educação, “as máquinas têm de ser robustas, com bastante performance e interatividade com o aluno”. Também mencionou que “o trabalho nos CTR está a ser bem feito”, mas apontou limitações nos CTE. Por outro lado, Jonas Carneiro, lamentou a falta de uma “ideia estruturada vinda de cima”, com decisões baseadas no “quero, preciso ou conheço”, enquanto na saúde, banca e setor público “ já há um guideline mais claro”.

Colaboração e suporte contínuo aos Parceiros

O papel crucial dos Parceiros de Canal foi enfatizado ao longo do evento. A colaboração diária com os Parceiros foi destacada por Jonas Carneiro que reconheceu a sua importância estratégica: “a mais-valia são vocês”.

Rui Gouveia mencionou que o Programa de Canal da Levono “é simples, bastante previsível e, sobretudo, é rentável, porque no fim do dia é o que todos procuramos”.

Já Pedro Fragoso sublinhou a ambição da empresa em “liderar o futuro do trabalho” e a necessidade de os Parceiros acompanharem essa visão.

Azucena Ruiz Sanchez concluiu reforçando o compromisso contínuo com os Parceiros: “estamos com vocês para tudo”.