2022-3-28
Estudo da Sage indica, também, mais de um terço das PME portuguesas não tenha regressado à normalidade devido à pandemia, os níveis de confiança estão a aumentar consideravelmente com o passar do tempo
A pandemia dos últimos dois anos afetou consideravelmente a economia do país – um efeito que se fez sentir, em especial, nas pequenas e médias empresas (PME), que compõem a grande maioria do tecido empresarial português e são um motor essencial para ultrapassar os problemas económicos. Neste sentido, a Sage realizou o estudo global “Pequenos negócios, grandes oportunidades?” – num total de 13 mil PME inquiridas, mais de mil delas portuguesas –, para compreender os seus desafios e perspetivas para o futuro a mais longo prazo. Apesar dos obstáculos trazidos pela pandemia, o estudo revela que existem fortes sinais de otimismo quanto ao sucesso dos negócios a longo prazo, à capacidade de contratação e ao forte crescimento financeiro nos próximos anos. A Sage revela que a grande maioria das PME portuguesas (71%) se sente confiante quanto ao sucesso dos seus negócios nos próximos 12 meses, uma tendência que tem vindo a aumentar ao longo do tempo. De facto, estão mais otimistas agora do que estavam há um ano (+16%). Este otimismo está a influenciar o desempenho, e 84% das PME portuguesas espera regressar aos níveis de rentabilidade pré-pandemia, pelo menos parcialmente. Também quase metade (54%) prevê que as suas receitas aumentem nos próximos meses, um ótimo indicador de estabilidade e resiliência. Entre os fatores que mais contribuem para esta confiança renovada, encontramos por exemplo o aumento da base de clientes, a força de trabalho de alta qualidade, o aumento do fluxo de caixa e as novas tecnologias e eficiências adotadas durante a pandemia. No entanto, é também necessário referir que mais de um terço (35%) das PME portuguesas ainda não consegue exercer a sua atividade normalmente devido aos obstáculos trazidos pela pandemia. Esta é uma realidade que se verifica a nível global – e os decisores das PME relatam que até notam um aumento, e não uma diminuição, das várias adversidades críticas que enfrentaram ao longo do último ano devido. Por exemplo, uma em cada dez PME a nível global refere perspetivas financeiras que as colocam em risco de insolvência. Assim, entre os principais entraves que se colocam hoje ao sucesso das PME portuguesas, a maior parte (34%) indica incapacidade de funcionar normalmente devido à pandemia, destacando bloqueios adicionais, restrições às viagens, trabalho à distância e ausências de colaboradores por contrair COVID-19, entre outros efeitos que ainda se fazem sentir no quotidiano. Também preocupante para muitas das empresas inquiridas em Portugal (33%) é o aumento dos custos, em particular o novo desafio da inflação, cujos números significativos apontam para a persistência e agravamento nos próximos anos. As PME portuguesas revelam também alguma inquietação em relação à falta de apoio por parte do Governo (22%). Para a grande maioria delas, este é o recurso mais importante que poderá contribuir para o crescimento e sucesso dos seus negócios; de facto, as PME que receberam financiamento governamental têm expectativas mais positivas em relação ao próximo ano. Finalmente, e de forma animadora, a maioria das PME portuguesas (62%) sente que está a lidar bem com os obstáculos e adversidades, na maioria das vezes cortando custos, recorrendo às poupanças, oferecendo novos produtos ou através da adoção digital. Com este pensamento positivo, sentem-se mais resilientes e confiantes na sua capacidade de combater riscos futuros e singrar no mercado. “É realmente impressionante todo o esforço e trabalho que os empresários portugueses demonstraram durante o período de pandemia. Este empenho foi crucial e serviu como uma excelente oportunidade para as PME aumentarem a sua capacidade de reinvenção e se reerguerem cada vez mais fortes e preparadas para o futuro”, comentou Josep Maria Raventós, Country Manager da Sage Portugal. “Com este estudo, quisemos perceber que obstáculos existem para as PME portuguesas e compreender as suas expectativas para o próximo ano, para que possamos posicionar-nos como uma rede de confiança e ajudá-las a enfrentar os desafios do futuro e a saírem vencedoras de qualquer período desafiante”. |