Jorge Bento em 2020-2-18

NEGÓCIOS

Entrevista Exclusiva IT Channel

“Os nossos Parceiros estão a contribuir para um mundo mais sustentável”

Na sua passagem por Madrid, Pankaj Sharma, o novo Vice-Presidente Executivo da divisão Secure Power da Schneider Electric, deu uma entrevista exclusiva ao IT Channel onde expôs a sua visão sobre um futuro comum mais sustentável, reafirmando a estratégia da empresa

“Os nossos Parceiros estão a contribuir para um mundo mais sustentável”

Pankaj Sharma, Vice-Presidente Executivo da divisão Secure Power da Schneider Electric

Em primeiro lugar, parabéns pela sua nomeação para vice-presidente. Do ponto de vista mais holístico, como situa a Schneider Electric no atual panorama da tecnologia?

A missão da Schneider Electric é ajudar a construir um novo mundo elétrico. A descarbonização das indústrias é fundamental para um planeta sustentável – a questão é como descarbonizar.

Do nosso ponto de vista, isto passa por migrar do consumo de carvão e petróleo para formas diretas de produção de eletricidade e, simultaneamente, digitalizar as indústrias, uma vez que a digitalização significa eficiência.

Esta é a missão da Schneider Electric: tornar o mundo mais sustentável.

Se virmos do lado mais prático da atividade da Schneider Electric Power Secure, temos a maioria dos negócios em data centers, data centers mais pequenos, edge e na distribuição IT. Estamos focados na eficiência da infraestrutura, no seu PUE (Power Usage Effectiveness), que tipicamente estava em 1.8 a 1.9 e que com as nossas soluções conseguimos baixar até 1.17. Isto traduz-se numa redução do consumo energético através da eficiência.

Já no lado do digital, o que estamos a desenvolver são aplicações de software e produtos conectados, o que se traduz em mais informação sobre a utilização da energia, o que significa que o utilizador pode tomar decisões melhores, o que se resulta também numa maior eficiência.

O edge computing é um dos grandes focos da Schneider Electric. Como é que este se pode transformar numa grande oportunidade para os vossos Parceiros de Canal?

O edge pode ser uma grande fonte de desperdício de energia, porque ao contrário do data center central, quando uma empresa tem centenas de locais, nem sempre os data centers estão colocados na melhor situação quanto à eficiência de energia no edge.

Por isso, e do ponto de vista da missão para um novo mundo elétrico, queremos ter eficiência by design; assim, quando se multiplica este modelo para centenas de localizações, e independentemente das condições ambientais de cada local, a Schneider Electric garante a melhor eficiência possível.

Isto é importante para os 150 mil Parceiros que temos globalmente porque podem endereçar de imediato estas soluções.

A segunda grande vantagem do edge para os Parceiros é que todas as nossas soluções são do tipo Plug & Play. Exemplo disto são os micro data centers, mesmo os pequenos de 6U, que são fáceis de implementar e têm eficiência energética garantida.

Tal como referiu, o edge pode ser um grande desafio de eficiência energética. As soluções clássicas de DCIM também se aplicam neste caso?

Para o edge, a Schneider Electric tem como resposta o Ecostruxure IT, que é a visão centralizada do conjunto do edge Computing, sendo apenas uma visualização. O gestor pode intervir, por exemplo, quando uma localização está subaproveitada e deslocar o workload de computação de outros locais sobreocupados e isso é importante para aumentar a eficiência geral.

Isto permite aos nossos Parceiros ter uma visão geral dos ativos e de toda a informação que os Parceiros podem levar aos seus clientes, bem como acompanhar o ciclo de vida dos ativos e propôr ao cliente as alterações necessárias, o que do ponto de vista do negócio tradicional do Parceiro é uma vantagem comercial que se pode retirar do Ecostruxure IT.

O edge e o IoT vão aumentar logaritmicamente a quantidade de dados. Para o Canal de IT, a explosão dos dados é uma tremenda oportunidade para os próximos tempos. A Gartner prevê que 75% dos dados estarão no edge em 2025 e as soluções de data center mais pequenas são aquelas endereçadas exclusivamente pelos Parceiros.

O modelo de negócio para os Parceiros será o mesmo?

Isso constitui um desafio para os nossos Parceiros. Muitos habituaram-se a vender produto ao longo das suas carreiras e vão agora precisar de mudar o seu pensamento. Estou nesta empresa há 20 anos e continuo a falar diretamente com Parceiros que conheci no início e tenho de explicar-lhes que o negócio mudou do produto para a solução e que eles terão também de mudar do hardware para a integração hardware/software e do modelo financeiro da venda transacional pura para um modelo de receitas recorrente de serviços.

A segurança, a resiliência e a redução de custo pela eficiência são per si um sales pitch para os Parceiros, mas a atual narrativa da Schneider Electric vai para além disso, estou correto?

Sim, sem dúvida. A grande vantagem dos Parceiros trabalharem as nossas soluções é que eles próprios estão a contribuir para um mundo mais sustentável. Ao venderem as nossas soluções estão a contribuir para esta visão de um novo mundo elétrico; não estão apenas a vender produtos, estão a vender soluções e uma nova visão para o mundo.

O tema do Green IT foi lançado há 15 anos e não gerou muita tração. O que mudou para que a agenda do planeta seja um ponto ativo de vendas para os Parceiros?

A perceção do problema e o conhecimento mudaram radicalmente em 15 anos e esta situação está a acelerar rapidamente. A utilização do tema da sustentabilidade ambiental por parte dos Parceiros é um argumento fortíssimo porque os decisores estão cada vez mais sensibilizados para a necessidade de usarmos a energia de forma mais eficiente – por razões de custo, mas crescentemente por razões da sustentabilidade do nosso futuro comum.

 

O IT Channel viajou até a Madrid a convite da Schneider Electric

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