O data center Verde

Hoje, milhares de organizações confiam o alojamento ou computação dos seus dados a empresas externas que têm como missão a oferta de serviços de data center e cloud. As organizações que escolhem fazer uso de uma infraestrutura que não é sua, fazem-no por diversos motivos, entre os quais estão redução dos custos, aumento da fiabilidade, melhores mecanismos de segurança física e lógica que estas infraestruturas incluem, entre outros. No momento atual em que a oferta de serviços de data center e cloud já está consolidada por diversos operadores, importa refletir sobre como podem hoje estes players diferenciar-se junto do cliente final de forma a acrescentar valor ao serviço proposto para fugir à comoditização e à armadilha do preço. Para compreender melhor quais os fatores que podem contribuir hoje para uma perceção de valor acrescentado destes serviços é necessário olhar com atenção para as alterações pelas quais as organizações estão hoje a passar. A pandemia provocada pela COVID-19 tornou evidente que tanto o setor público como privado dependem do digital para ajudar as organizações a melhorar a sua eficiência operacional e a ser mais resilientes face a eventos disruptivos. Estas motivações conjugadas com diretrizes da gestão de topo para a chamada transição digital, inovação e segurança irão colocar ainda mais pressão nos departamentos de IT das organizações para fazer essa transformação acontecer. O desafio de gerir tecnologias cada vez mais complexas e com ciclos de renovação cada vez mais curtos conjugada com a dificuldade em contratar e reter talentos, motiva e acelera a adoção de modelos de externalização por parte das organizações por forma a poderem responder adequadamente a estes desafios. A somar a isso existe também uma crescente consciencialização e preocupação nas organizações para a adoção de políticas sustentáveis, mais amigas do ambiente com a adoção de medidas concretas como a definição de metas para a redução de consumo de energia, redução de emissões de CO2, descarbonização ou neutralidade carbónica. Importa então perceber como podem os operadores de serviços de data center e cloud ajudar as organizações neste novo enquadramento? Primeiro que tudo, sempre que uma organização deixa uma infraestrutura própria em prol de uma fornecida por terceiros há o ganho imediato pela economia de escala conseguida no operador, traduzidos quer pela poupança nos recursos físicos (espaço, gerador, UPS, computação, outros) quer pelo uso mais eficiente da energia seja no fornecimento ou arrefecimento dos espaços. Sabendo que o consumo de energia dos data centers representa hoje já cerca de 1% do consumo global de energia mundial, importa criar uma mensagem clara que permita ao cliente ter a perceção da preocupação que as organizações que operam neste negócio têm para com o tema da energia e sustentabilidade, pois adivinha-se que o futuro passará por criar relações B2B ambientalmente sustentáveis, isto é, para além de futuros requisitos legais irão privilegiar-se as relações entre organizações com o mesmo tipo de preocupações e ambições ambientais. Importa assim desenhar e construir uma oferta de serviços onde seja mensurável o uso de soluções mais eficientes e ecológicas na construção e operação do data center e serviços cloud e seja preferido o uso de energia limpa na operação dos mesmos. No campo da energia o desafio é ainda maior: é importante introduzir fontes de energia livres de Carbono e de baixo impacto ambiental mas é igualmente importante repensar toda a cadeia de fornecimento de energia e procurar usar fontes de energia locais (como o hidrogénio) para reduzir perdas de transporte (perdas de Joule), tudo para permitir ao cliente ter a perceção clara de que pelo uso de serviços de data center e cloud, também ele está a contribuir de forma direta para uma economia mais verde e sustentável. No campo da energia, é ainda importante pensar no potencial da compensação carbónica para as organizações, isto é, dar ao cliente a possibilidade de equilibrar as suas emissões de CO2 diretas ou indiretas pela participação em projetos de compensação carbónica, seja pela participação em projetos de reflorestação ou proteção de ecossistemas sensíveis ou no apoio à produção de energia limpa enquanto não se atinge a neutralidade carbónica desejada. Existem já hoje vários enablers para os decisores poderem materializar o objetivo de aceleração para a cloud e tornarem-se ao mesmo tempo mais verdes, o primeiro é o aumento da oferta de comunicações assentes em redes óticas que permitem débitos a preços comercialmente viáveis para as organizações fazerem o acesso aos data centers a velocidades e latências adequadas, o segundo será por via do 5G que irá permitir pela primeira vez às organizações consumirem serviços de data center e cloud a partir de redes móveis com uma liberdade geográfica sem precedentes, com débitos e latências equiparáveis ao cabo mas com uma melhoria muito significativa na cobertura geográfica e tempo de implementação. Mais do que green-marketing, o data center e a cloud podem hoje afirmar-se alavancadores para as empresas poderem contribuir de forma palpável para uma redução da sua pegada ecológica e contribuir de forma direta para uma economia mais verde pela adoção de modelos cloud mais sustentáveis, eficientes e amigas do ambiente, conseguindo ao mesmo tempo resolver para o IT das organizações o desafio tecnológico que têm entre mãos. A IP Telecom está hoje a endereçar este desafio com os seus clientes e fornecedores por forma a materializar este caminho para um serviço de data center e cloud cada vez mais sustentável.

Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela IP Telecom