2020-6-01

NEGÓCIOS

Mercado mundial de dispositivos vai decrescer perto de 14%

A Gartner estima que, apesar do aumento do trabalho remoto, o mercado mundial de dispositivos, que inclui PC, tablets e dispositivos móveis, deverá sofrer um decréscimo de 13,6% durante 2020 por causa do impacto do novo Coronavírus

Mercado mundial de dispositivos vai decrescer perto de 14%

É sabido que a pandemia da COVID-19 resultou num aumento sem precedentes do trabalho remoto um pouco por todo o mundo. No entanto, apesar da corrida desenfreada à compra de dispositivos para que os colaboradores pudessem ser produtivos fora do escritório, não irá salvar o mercado mundial de dispositivos de decrescer durante 2020. 

A Gartner estima que as vendas mundiais de dispositivos – que incluem PC, tablets e dispositivos móveis - vão diminuir 13,6% em 2020, chegando quase aos 1,9 mil milhões de unidades vendidas. No entanto, e apesar de o mercado de PC também registar um decréscimo, a tendência de trabalhar a partir de casa pode ter salvo o mercado em questão de colapsar. 

Ranjit Atwal, Senior Research Director da Gartner, refere que “o declínio previsto no mercado de PC em particular poderia ter sido muito pior”. No entanto, indica, “os isolamentos sociais promovidos pelos governos devido à COVID-19 forçaram as empresas e as escolas a permitir que milhões de pessoas trabalhassem em casa e aumentassem os gastos com novos notebooks, Chromebooks e tablets para esses trabalhadores. Os estabelecimentos de ensino e governo também aumentaram os gastos com esses dispositivos para facilitar o e-learning". 

PC

O mercado de computadores, que inclui os tradicionais desktops, portáteis, ultramóveis premium e tablets, vai diminuir 10,5%. Se durante 2019 foram vendidos um total de 262 milhões de computadores, 2020 deverá assistir a vendas de apenas 235 milhões de unidades. Os dispositivos ultramóveis registam uma diminuição mais suave, passando de 69 milhões de unidades para 65 milhões. 

A Gartner estima que 48% dos colaboradores vão trabalhar a partir de casa pelo menos parte do tempo depois do pico da pandemia ter passado; antes do novo Coronavírus, a percentagem de colaboradores que iriam trabalhar remotamente era de 30%. 

No geral, a tendência de trabalhar a partir de casa fará com que os departamentos de IT mudem mais para notebooks, tablets e Chromebooks. O objetivo, explica a organização, é que as empresas mantenham um plano de business continuity mais flexível e, como tal, os notebooks deverão substituir os desktop tradicionais durante 2021 e 2022. 

Dispositivos móveis 

Ao mesmo tempo, prevê-se que as vendas mundiais de telemóveis vão diminuir 14,6% em 2020; as vendas de smartphones também vão diminuir, ainda que ligeiramente menos: 13,7%, totalizando 1,3 mil milhões de unidades vendidas em 2020. 

Apesar de os utilizadores terem aumentado o uso de dispositivos móveis para comunicar com colegas, Parceiros, amigos e família durante o isolamento social que existiu, o dinheiro disponível diminuir, o que vai levar a que os consumidores tentem adiar a atualização dos seus smartphones. Assim, o tempo de vida médio de um telefone vai passar dos 2,5 anos, em 2018, para os 2,7 anos em 2020. 

Por outro lado, 2020 verá a chegada de smartphones 5G acessíveis. Inicialmente, este ponto deveria ser o catalisador para o aumento das vendas de smartphones e das substituições de equipamento, mas, de acordo com a Gartner, tal não irá acontecer. Agora, prevê-se que os telefones 5G representem apenas 11% das vendas totais de telemóveis em 2020. 

O atraso na adoção de equipamentos 5G prende-se, sobretudo, com três pontos. O primeiro é o atraso na entrega de alguns dos principais telefones 5G; depois, a falta de cobertura geográfica do 5G em vários pontos do mundo faz com que os utilizadores sintam que não podem tirar o máximo do seu novo equipamento; por fim, o aumento dos custos de contrato do 5G vai adiar a adoção de equipamentos que contam com a tecnologia.

De forma geral, os gastos com telefones 5G vão ser impactados na maioria das regiões. Há uma exceção: a China. Espera-se que no país seja feito um investimento contínuo em infraestrutura 5G, o que irá permitir que os fornecedores na China comercializem de facto smartphones com a próxima geração de comunicação móvel.

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