Henrique Carreiro em 2020-2-27

OPINIÃO

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Nova tendência no alojamento local: a chegada das clouds distribuídas

Apesar da disseminação cada vez mais granular dos data centers dos principais fornecedores de cloud, é ainda, tipicamente, longa a distância que os dados têm que percorrer entre as empresas clientes e as instalações dos fornecedores, distância essa que pode limitar o tipo de aplicações que podem ser usados neste modelo

Nova tendência no alojamento local: a chegada das clouds distribuídas

Henrique Carreiro

Em particular, e como está já bem identificado, aplicações que dependam de acessos de baixa latência poderão não funcionar de forma ótima em plataformas de cloud.

As clouds híbridas, que são uma conjugação de duas ou mais clouds, podem ajudar a resolver o problema, mas normalmente à custa de uma maior complexidade na configuração, gestão e operação. Os diferentes fabricantes têm vindo a testar alternativas que permitam aos clientes acessos de mais baixa latência, isto é, que não obriguem os dados a viajar até um data center na Irlanda, França ou Alemanha.

As opções possíveis são diversas, e vão da disponibilização do mesmo software (ou software da mesma família) que corre no data center da cloud, aos clientes, até, à disponibilização exatamente dos mesmos componentes de hardware que é usado pelo fornecedor, caso do AWS Outposts, da Amazon Web Services, que teve a sua disponibilização geral no passado mês de dezembro e que a empresa posiciona como a extensão dos seus data centers às instalações dos clientes, suportando um conjunto extenso de casos de uso que abrangem desde os serviços de saúde até aos financeiros, todos eles beneficiando de uma mais baixa latência de acesso.

Casos como o AWS Outposts não se enquadram com facilidade nos modelos clássicos da cloud, porque em termos históricos, o local não tem sido relevante para as definições da cloud, embora os problemas relacionados com ele sejam importantes. Com a chegada deste modelo – que pode ser chamado de cloud distribuída – o local entra formalmente na definição de um novo tipo de serviços de cloud. A localização pode ser relevante por vários motivos, incluindo a soberania dos dados, para além dos já referidos. Nestes cenários, o serviço de cloud distribuída disponibiliza às organizações os recursos de um serviço de cloud pública estabelecida num local que responda aos respetivos requisitos de segurança, privacidade e latência. Não é para todas as organizações, decerto, mas como o outro alojamento local – que dá o mote ao título deste artigo – também este, levado a bom termo é a alavanca para mais uma mudança das regras do jogo.

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