2017-2-27

OPINIÃO

Funções como Serviços: a ascensão de “serverless computing”

Tudo o que o mundo precisa é de mais buzzwords- é legítimo que assim pensemos quando nos aparece uma nova. Mais ainda quando, em vez de uma, surgem duas associadas que, parecem sobrepor-se a outras já existentes. Mas a verdade é que tal como a cloud e os seus modelos de serviço (SaaS, PaaS, IaaS) se tornaram incontornáveis no panorama atual dos sistemas de informação, FaaS (Function as a Service) que vem associada ao serverless computing parece começar a atingir o ponto em que é também impossível de ser ignorada.

Funções como Serviços: a ascensão de “serverless computing”

Os motores do aparecimento do FaaS (e do serverless computing) são as aplicações móveis e o IoT e ficam a dever-se às chamadas arquiteturas de microserviços. Os frameworks de serverless computing, quando invocados por eventos externos, chamam porções autónomas de código.

Estas porções de código têm ligações ténues umas às outras e estão concebidas por forma a que executem uma tarefa de cada vez. São os frameworks os responsáveis por orquestrar as porções de código em runtime. Apesar da sua aparente simplicidade, FaaS oferecem vantagens significativas, quer aos criadores de aplicações, quer aos responsáveis por operações.

O princípio base é de grande granularidade, quer a nível de utilização das funções, que o criador de aplicações pode usar sem ter que se preocupar com a manutenção de servidores, quer a nível do sistema de faturação, que é ainda mais flexível do que os modelos mais comuns de serviços de cloud. Não é devido qualquer pagamento quando o código não está a correr e o quando corre, é medido em incrementos de milissegundos. Para aplicações no espaço da mobilidade ou de IoT, esta simplificação representa um enorme valor.

O sistema de backend em FaaS gere toda a parte operacional, incluindo as atualizações de segurança de software e a escalabilidade, deixando aos criadores aquilo que eles sabem fazer melhor: programar aplicações. A mais conhecida das implementações em cloud de FaaS é a Lambda, da AWS, ainda assim tão recente que foi anunciada em 2014. A Amazon tem vindo a trabalhar por detrás das cortinas para integrar os serviços da AWS com Lambda e os criadores de aplicações têm respondido com entusiasmo, em especial os que trabalham com Alexa, a plataforma de voz e AI da empresa de Seattle.

Todos os outros principais operadores de cloud estão a desenvolver as suas próprias abordagens de serverless computing, neste momento com diferentes estágios de maturidade. A mais próxima do ponto onde se encontra a Amazon é a Google com as suas chamadas Cloud Functions, e a IBM com OpenWhisk, uma plataforma baseada em código aberto. FaaS e serverless computing podem ser as próximas buzzwords a estar na moda, mas neste momento resolvem problemas reais de forma elegante. Não se pode dizer o mesmo de todas as outras buzzwords que se tornam em fogos-fátuos. Estas, parecem ter vindo para ficar.
 

Henrique Carreiro,

Docente de cloud computing e mobilidade empresarial na Nova Information Management School

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