Rui Damião em 2020-7-09

NEGÓCIOS

O que pode trazer um fornecedor europeu

A importância de uma empresa europeia ter fornecedores europeus pode ir além do RGPD, até porque podem dar um contributo concreto para moldar a transformação digital do ‘velho continente’

O que pode trazer um fornecedor europeu

O mercado é cada vez mais global. Uma empresa portuguesa pode vender serviços para uma organização que está localizada, por exemplo, na Austrália sem nunca precisar de se deslocar ao local. Ao mesmo tempo, uma organização de outra parte do mundo também pode fornecer os seus serviços na Europa, por exemplo.
Uma boa parte dos serviços adotados um pouco por todo o mundo são de empresas norte-americanas. Se olharmos para os três principais fornecedores de cloud, por exemplo, nasceram todas nos Estados Unidos da América.

Importância de fornecedores europeus

O US Cloud Act concede às autoridades norte-americanas acesso ilimitado aos dados de empresas europeias, desde que alojados por um fornecedor dos EUA. Esta lei federal obriga, através de um mandado ou intimação, as tecnológicas baseadas nos Estados Unidos a fornecer os dados solicitados que estejam armazenados nos seus servidores, quer estejam em solo norte-americano ou europeu.

Para algumas empresas, este ponto pode ser muito importante. Pedro Dias, Country Manager da Alcatel-Lucent Enterprise – uma empresa europeia –, refere que a importância de ter fornecedores europeus se prende com duas vertentes: “por um lado, valorizar e fortalecer o espaço e comércio europeu. Por outro, promover e desenvolver a imagem de uma cloud europeia de confiança, baseada em regulamentos de direito europeu sobre privacidade e proteção de dados pessoais”.

John Gazal, VP Southern Europe & Brazil na OVHcloud – outra empresa europeia –, afirma que não é impossível não trabalhar com fornecedores norte-americanos, uma vez que existem alternativas europeias. “Muitas empresas dominam as tecnologias e possuem as competências necessárias para suportar essa hegemonia invasiva; desde que os órgãos políticos e económicos europeus sejam mobilizados para enfrentá-lo”, diz.

Esta importância de ter fornecedores europeus não se prende apenas com o RGPD; é, de facto, um ponto importante, mas não é o único. John Gazal refere que o Quadro Regulamentar Europeu que está a ser moldado vai além da proteção de dados; aborda a “reversibilidade, transparência, segurança e, também, uma dimensão fundamental, o Green Deal”.

Atender às necessidades

Os mercados são globais e há padrões comuns entre os vários territórios, mas “continuam a existir grandes diferenças culturais e legislativas que requerem ofertas diferenciadas”, aponta Pedro Dias. Já orepresentante da OVHcloud afirma que “as empresas europeias podem dar um contributo concreto e seguro para moldar a transformação digital na Europa”.

Existe, também, a ideia de que a Europa e as suas tecnológicas estão atrasadas em comparação com as suas concorrentes norte-americanas. John Gazal responde com a análise da Forrester – uma empresa dos EUA – que coloca a sua empresa como “Líder” na Europa em termos de cloud privada e como “Forte” nos Estados Unidos, mesmo com a concorrência de “muitos atores norte-americanos e chineses”.

Parceria entre empresas europeias

A Alcatel-Lucent Enterprise e a OVHcloud têm uma Parceria onde a OVHcloud suporta as plataformas UCaaS e CPaaS da Alcalte-Lucent Enterprise. A Parceria “baseia-se em alguns dos principais diferenciais da OVHcloud: a nossa cobertura global de data center, o nosso backbone de fibra mundial, as nossas certificações e o nosso suporte”, explica John Gazal.

Pedro Dias diz que “a inclusão e desenvolvimento da Parceria com a OVHcloud permite uma forma simples, rápida e confiável de apresentarmos e recomendarmos aos nossos Parceiros os serviços cloud” diferenciadores de uma entidade europeia.

Todos os serviços da Alcatel-Lucent Enterprise e da OVHcloud já estão disponíveis em Portugal e acessíveis aos Parceiros e clientes nacionais. “A existência de escritórios e equipas locais facilita e agiliza a interação com o Canal na identificação e escolha da melhor solução”, conclui Pedro Dias.

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