2015-9-21

VENUE

Mais um gigante das TI faz "mea culpa" sobre a igualdade de género

Admitindo que esperaram demasiado tempo para tomar uma atitude, os co-fundadores da salesforce.com explicam como querem fazer do gigante da CRM um exemplo na luta contra a disigualdade entre homens e mulheres na industria tecnológica

Mais um gigante das TI faz "mea culpa" sobre a igualdade de género

Para o CEO da Salesforce Marc Benioff, um dos erros cometidos ao estabelecer os valores empresariais foi não criar metas sobre a igualdade de género

A igualdade de género nas oportunidades para funções executivas a tornar-se um assunto recorrente na indústria tecnológica este ano à medida que várias companhias começam a estabelecer objetivos de contratação de forma a equilibrar a demografia de papéis de liderança e cargos técnicos qualificados.

O IT Channel na sua edição de junho deu o seu contributo ao identificar e dar a palavra a dez mulheres em lugares de destaque nas tecnológicas em Portugal.

A Salesforce é o mais recente caso de uma redefinição do lugar das mulheres na liderança da empresa, algo que soa um pouco como "Mea Culpa" para uma empresa, como tantas no IT , quase exclusivamente masculina.

Para alcançar este objetivo é necessário que a Salesforce estabeleça e priorize intenções claras, de acordo com Marc Benioff, CEO da salesforce.com, orador no primeiro programa Women’s Leadership Summit, que se realizou ao longo do terceiro dia da conferencia anual da Dreamforce.

Durante um fireside chat com Kara Swisher, directora executiva da Re/code, Benioff afirma que a Salesforce tem vindo a fazer progressos na promoção da igualdade salarial e contratual, admitindo no entanto que o gigante da tecnologia esperou demasiado.

“Gostava de poder recuar até há dezasseis anos e meio atrás,” lamenta Benioff. “Um dos erros que cometemos ao estabelecer os nossos valores empresariais foi não criar metas nem tomar iniciativas neste sentido. Este foi um lapso gravíssimo.”

Parker Harris, co-fundador da salesforce.com, concorda: “precisamos de mais executivas na Salesforce.”

Benioff descreve a sua mentalidade ao deixar a Oracle depois de mais de uma década para criar a Salesforce, comentando: “Tinha acabado de sair de uma empresa onde isto não era um problema—ou não era discutido”

“Não era parte da narrativa,” continua Benioff. “Questões relacionadas com mulheres—posições de liderança, problemas de diversidade—não eram discutidas.”

Benioff salienta que, se realmente se pretende alcançar progresso na indústria, grandes empresas como a Salesforce, a Apple e a Microsoft precisam de dar o exemplo. Compara também estes objetivos mais recentes com as práticas filantrópicas já estabelecidas na Salesforce.

“Assumimos a liderança ao trazer este assunto para a discussão” afirma Benioff, comentando a ausência de mulheres no palco do recente evento da Apple para os lançamentos do iPhone 6s e do iPad Pro.

Para além do Women’s Leadership Summit (liderado por Leyla Seka, gestora da Desk.com), Harris destaca ainda algumas das iniciativas tomadas pela Salesforce no sentido de encorajar a diversidade laboral, incluindo um programa de liderança que coloca potenciais líderes sob a orientação de seniores.

Harris salienta a necessidade de agir: “Este é um problema a larga escala e de longo prazo. Não podemos remediar a situação de todo o Silicon Valley. Podemos apenas mudar a Salesforce, e influenciar a indústria a partir daí.”

Benioff estipula que este assunto não é apenas um “problema de recursos humanos” mas sim da responsabilidade do CEO, explicando que, à semelhança da definição de modelos de negócio, a diversidade contratual requer mudança ativa e líderes que fixem valores.

“É este o peso da liderança. As prioridades que estabelecemos determinam o que criamos,” afirma Benioff. Comenta também que, por ser relativamente recente e “criada por homens”, a indústria tecnológica não se adaptou à mudança tão rapidamente quanto podia.

 “À medida que nos viemos a informar sobre este assunto, tornou-se claro como água,” declara Benioff, insistindo que a diversidade laboral não pode ser reduzida a algo a ser discutido pelos Recursos Humanos ou jornalistas. Harris reflete que preferia que se tivesse implementado o programa há anos, mas está confiante que este irá proliferar em toda empresa.

Apesar de a contratação de minorias não ter sido discutida em pormenor, Benioff insiste que a diversidade em geral é de extrema importância, mesmo que a equidade entre homens e mulheres seja de momento um foco principal no qual a empresa tem vindo a fazer mais progressos.

“Vamos procurar ser a mudança que queremos alcançar,” promete Benioff. “Vamos ser um exemplo da liderança de mulheres na indústria.”

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