Maria Beatriz Fernandes em 2022-12-22

EVENTOS

Reportagem

Data centers do futuro são desenhados pela sustentabilidade e energias 100% renováveis

A Schneider Electric está a impactar o futuro do mercado de data centers através de soluções desenhadas para atingir um futuro net-zero, mais sustentável, resiliente e eficiente energeticamente

Data centers do futuro são desenhados pela sustentabilidade e energias 100% renováveis

O IT Channel em Hanôver, Alemanha, a convite da Schneider Electric

A sustentabilidade, eficiência energética e resiliência dos data centers foram o mote da viagem que o IT Channel fez até Hanôver, na Alemanha, a convite da Schneider Electric. Num evento que contou com jornalistas de toda a Europa, líderes europeus da empresa deram a conhecer o estado atual do mercado de soluções de data center e a sua aliança com a Terra Cloud, da Wortmann AG, um dos operadores de data centers mais proeminentes na região e aliado da Schneider Electric na jornada pela aceleração da sustentabilidade nos data centers. Como parte do evento, decorreu uma visita às instalações e data center da Terra Cloud em Hüllhorst, no noroeste alemão, que utiliza a solução EcoStruxure para data centers da Schneider Electric.

Do ponto de vista da multinacional francesa, o mercado das soluções de data center “é, neste momento, muito interessante e está a crescer bastante. Tivemos muito sucesso nos últimos cinco anos”, explica Frank Miller, Head of DC Solutions da Schneider Electric para a região DACH, em entrevista ao IT Channel. “Há uma procura enorme e o nosso negócio e produtos estão preparados para isso, em toda a sua gama”.

É de notar que a cultura da Schneider Electric dita que o data center do futuro é marcado pela resiliência e eficiência, potenciado pelo princípio da sustentabilidade. “Creio que estamos no início deste mercado. Do meu ponto de vista, a digitalização está a começar e é apenas uma parte. Tudo neste momento, como a realidade aumentada, os carros elétricos, a condução automática, produzem muitos dados”, que serão armazenados “no negócio de fornecedores de serviços cloud, e não só na Amazon, ou na Google, mas outros. É um grande mercado no futuro, estou muito confiante”. 

Cresce o backbone do mundo

Vincent Barro, VP Secure Power na região DACH da Schneider Electric

 

No decorrer do evento, Vincent Barro, VP Secure Power na região DACH da Schneider Electric, apresentou as tendências atuais e futuras dos data centers europeus, que considera serem o “’backbone da nossa vida’”. Mais, Frank Miller diz que, no âmbito dos data centers, a Schneider Electric “tem tudo. O nosso ponto forte é que podemos entregar tudo o que os clientes precisam e somos os únicos no mercado que podem fazer isso”.

“O driver principal da sustentabilidade são os requisitos dos clientes”, afirma Vincent Barro, pelo que 97% dos operadores de data centers têm clientes a solicitar mais eficiência e sustentabilidade. Neste contexto, o representante da Schneider Electric conta que houve muitos progressos na eficiência, com o PUE a descer de 1.84 para 1.17. Assim, apesar da procura de data centers ter crescido 55% entre 2010 e 2018, a energia necessária para os alavancar só aumentou 6%.~

Recentemente, a Schneider Electric comissionou um estudo à Forrester, que, com base nos testemunhos de mais de mil decisores globais, concluiu que 75% dos fornecedores perderam negócio, investimentos, confiança e reputação, e enfrentaram aumentos de custos devido à ausência de programas de sustentabilidade.

Assim, Vincent Barro urge os clientes a implementarem estratégias ousadas e designs eficientes de data center, a construírem operações direcionadas para a sustentabilidade e eficiência, a comprarem energia renovável e a descarbonizarem a cadeia de valor. 

Energia renovável

 

Rob McKernan, SVP Secure Power Europe da Schneider Electric

Apesar de, atualmente, o consumo de energia global se estar a virar para o renovável, a discussão virou-se, inevitavelmente, para a crise de energia, reflete Rob McKernan, SVP Secure Power Europe da Schneider Electric. Entre os dados apresentados pelo responsável, McKernan explica que a União Europeia produz apenas uma pequena fração da energia necessária – apenas 20% do gás natural e petróleo são extraídos do espaço europeu, enquanto 40% do gás e 27% do petróleo provém da Rússia. Assim, espera-se que haja “menos energia disponível”.

“A crise da inflação está a levar a uma crise económica e a energia é o driver principal dessa crise na Europa”, pelo que “não há escassez de energia; há demasiado desperdício de energia”, acredita Rob McKernan. Aqui, o digital assume a responsabilidade de construir um futuro mais inteligente potenciado por energia verde, em todas as fases do ciclo de vida da energia. “Não é só um modelo de negócio; é algo em que a Schneider Electric realmente acredita”, conclui Rob McKernan.

Terra Cloud

A Terra Cloud alia-se à Schneider Electric para acelerar a sustentabilidade dos data centers. Martin Klein, Director Datacenter and Cloud Services da Wortmann AG, explica que são completamente B2B, e não orientados para os utilizadores finais. Dessa forma, o seu negócio é feito, exclusivamente, através do Canal de Parceiros. Em 2022, têm 70 funcionários sediados, maioritariamente, na Alemanha, 55 mil clientes e mais de cinco mil Parceiros.

A empresa, que utiliza os produtos da Schneider Electric para alavancar a sustentabilidade e eficiência desejadas nos seus data centers, fornece, essencialmente, infraestrutura a PME, desde colocation e hosting, a Infrastructure-as-aService (IaaS) e Software-as-a-Service (SaaS), armazenamento, disaster recovery e backup.

A Terra Cloud pretende transacionar de 80% energia renovável e 20% de recursos finitos para, como parte da estratégia net-zero, transitarem para energia 100% renovável, através do vento e painéis fotovoltaicos. Da mesma forma, vão testar os benefícios da tecnologia de arrefecimento líquido de imersão ao nível do chassis numa nova prova de conceito, tudo através da aliança com a Schneider Electric.

“A Terra Cloud é totalmente diferente dos grandes concorrentes internacionais; têm um novo modelo de mercado e um aliado como a Schneider Electric. Cumprimos tudo o que eles precisam; é uma aliança muito aberta e de cooperação. É por isso que somos tão bem-sucedidos neste trabalho de equipa”, denota Frank Miller. “No entanto, somos empresas diferentes e por isso ambos temos os seus próprios objetivos”, completa.

Martin Klein, CEO da Terra Cloud

 

Martin Klein, CEO da Terra Cloud, e explica que, “ao trabalhar com a Schneider Electric, vamos ser pioneiros no uso do arrefecimento líquido para procurar mais eficiência e trabalhar com o nosso ecossistema local para garantir que a nossa oferta de energia seja o mais fiável, renovável e sustentável possível”.

É de notar que a Terra Cloud foi o primeiro fornecedor de colocation de data centers na Europa a implementar a UPS Galaxy VL da Schneider Electric com baterias de iões de lítio, utilizando o seu modo de eConversion para fornecer 99% de eficiência sem comprometer a disponibilidade. O compromisso com a sustentabilidade levou a empresa a renovar e reciclar, também, a tecnologia nos seus data centers, para garantir que os servidores e componentes da infraestrutura podem ser utilizados em novas aplicações. 

Futuro brilhante

Frank Miller explica que tudo o que a Schneider Electric oferece é, em primeiro lugar, “discutido diretamente com o cliente”, com quem tomam as decisões em conjunto. “Temos clientes que querem trabalhar em conjunto com um Parceiro de Canal e outros que querem fazê-lo de forma direta”. Tudo depende do que “o cliente quer no final do dia”.

O responsável europeu prevê um futuro brilhante para o mercado de serviços de data center. “Tivemos um evento nas Antibes [França], em setembro, e vimos muitos investidores; isto é novo. As empresas financeiras reconhecem que este é um novo mercado para investirem apesar de não terem tido qualquer contacto connosco no passado”.

Conta, assim, que a Schneider Electric fez um “grande negócio com uma empresa financeira há algumas semanas, mas foi apenas um primeiro passo e não são os únicos interessados”. “Isto não é o meio ou o fim, estamos no início. Além disso, os investidores vêm ter connosco por causa da sustentabilidade. Somos parte de uma solução para o resto do mundo”, conclui. 

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