2014-11-26

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CIONET alerta para a necessidade de criação de um programa governamental que insira jovens técnicos em PMEs

A CIONET, a maior comunidade europeia de executivos de TI, coloca em destaque alguns temas debatidos no Grand Coalition for Digital Jobs Summit, realizado a 3 de outubro, e que constam do documento “Contributo CIONET para o Grand Coalition for Digital Jobs”. Do encontro surtiram várias ideias que juntam no mesmo ecossistema as TI e as necessidades de dinamização no panorama empresarial, nomeadamente nas Pequenas e Médias Empresas, particularmente representativas do cenário económico do nosso país

CIONET alerta para a necessidade de criação de um programa governamental que insira jovens técnicos em PMEs

Rui Serapicos, Managing Partner da CIONET

Entre várias conclusões que nasceram do encontro destaque para as formas de otimização do potencial das PMEs através das Tecnologias de Informação e Comunicação. Neste campo, ficou patente a necessidade do aumento de promoção das TIC junto das PMEs para divulgação e partilha de casos em estudo de forma a demonstrar a importância estratégica do investimento em TIC.

Foi ainda debatida a necessidade de criação de um programa governamental que insira jovens técnicos em PMEs de forma a sensibilizar estas empresas para as mais recentes tendências e potencialidades das tecnologias de informação e comunicação e como forma de atualização de competências dos próprios quadros da empresa. Tornou-se ainda óbvia a necessidade de conceção de websites funcionais e de catálogos online, além de alargar o espetro de promoção de serviços e produtos para uma escala mundial, ultrapassando assim as fronteiras do mercado nacional.

Neste campo, vingou ainda a ideia de que as PMEs nacionais podem promover o seu crescimento estabelecendo parcerias com multinacionais para garantirem que os seus produtos aproveitam oportunidades de negócio em diferentes mercados. As parcerias não se devem todavia restringir a acordos com grandes empresas. As parcerias com startups ou com jovens empreendedores devem ser encaradas como mais valias que fomentam a inovação e a diferenciação num mercado cada vez mais competitivo e exigente.

No que respeita a empreendedorismo, o encontro acabou por deixar em cima da mesa recomendações no sentido de criar sistemas de divulgação e promoção de registo de patentes junto de PMEs, investigadores e startups, de criação pelos governos de sistemas de incentivos financeiros para que as PMEs possam registar essas patentes, a necessidade de promoção de uma cultura de inovação e de empreendedorismo no nosso país, e de relações mais próximas entre multinacionais e universidades, fomentando a partilha de informação mais prática. Outra das conclusões tem que ver com a necessidade de negociar e melhor dirigir os fundos de investimento para que seja possível criar mais empresas de base tecnológica responsáveis pela criação de emprego.

O evento serviu ainda para sublinhar a necessidade de integrar o ensino de informática no ensino obrigatório e de disponibilizar um tablet ou portátil desde o primeiro ano de ensino. Além disso, as empresas devem levar a cabo projetos junto das camadas mais jovens para começar desde cedo a motivação para ciências exatas. De resto, fica patente a necessidade de sensibilização dos alunos jovens para que estes fiquem a saber que as TIC são uma boa opção de emprego. Esta ideia pode ainda ser materializada no aumento do contacto entre os alunos e o tecido empresarial, fomentando mis oportunidades de interação: desde estágios de verão a oportunidades de colaboração em projetos específicos, até aos tradicionais estágios académicos e profissionais. A articulação entre Universidades e empresas é mais um passo no sentido de redução do desemprego e de evolução profissional dos alunos. A criação de um MBA IT em Portugal foi outra das ideias discutidas.

Por outro lado, concluiu-se que a melhoria dos ordenados é essencial para conseguir manter os talentos e os melhores profissionais da área dentro de portar, impedindo a imigração. Ao mesmo tempo, parece ser óbvia a necessidade de alinhamento do discurso político com as necessidades das empresas e das organizações no que respeita a TIC: se os políticos insistem em reduzir orçamentos e exigir cortes em tecnologia na Administração Pública, estão naturalmente a passar a mensagem de que as TIC não são encaradas como driver de futuro.

Foram apresentadas propostas especificamente dirigidas ao emprego, como a (re)qualificação de indivíduos, que têm como principal desafio aumentar o awareness para a área tecnológica. O objetivo é diminuir o gap entre a procura e a oferta de trabalho em TI, e inclui ações para a sensibilização dos jovens. Alguns intervenientes, como Isabel Casaca Martins da CRITICAL Software ou João Gabriel Silva da Universidade de Coimbra revelaram exemplos de iniciativas já em curso.

A cimeira veio ainda reafirmar a importância dada ao trabalho conjunto das entidades públicas e privadas, no sentido de facilitar ações concretas e mobilizar a colaboração das várias partes interessadas.

Rui Serapicos, Managing Partner da CIONET, afirma que “as medidas apresentadas na cimeira Grand Coalition for Digital Jobs foram recolhidas e serão apresentadas no documento de forma a estarem disponíveis para toda a sociedade civil”. A FCT, entidade que gere a Coligação de Emprego Digital a nível nacional, vai acompanhar o cumprimento destas e de muitas outras medidas a implementar. A CIONET trabalhou também com alguns dos seus membros para a construção de planos de ação específicos a implementar nas empresas Portuguesas que tenham interesse e capacidade.

O evento juntou mais de noventa organizações nacionais, desde representantes do tecido empresarial nacional (quer multinacionais, como grandes, pequenas e médias empresas e startups) académicos e líderes de algumas das maiores universidades de engenharia, entidades governamentais e associações de promoção de informação e conhecimento. Durante a cimeira, foram abordados quatro temas: Agenda Digital e Crescimento Económico; Realinhamento de Talentos: Educação, Formação e Requalificação; E-skills, Emprego Digital e Procura Futura; e Novos Drivers de Emprego: Atração de “Geradores” de Emprego Digital. Para cada um deles foram apresentadas propostas de medidas a implementar no país, quer governamentais como a nível das próprias empresas.

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