Abel Aguiar, Diretor Executivo para Canal e Parceiros da Microsoft Portugal em 2021-5-19

OPINIÃO

O impacto da pandemia na transformação digital da Impressão e Digitalização

Passado mais de um ano do primeiro caso de COVID-19, podemos ter tendência a considerar que os movimentos de transformação que vivemos decorrem, direta ou indiretamente, da situação pandémica que vivemos

O impacto da pandemia na transformação digital da Impressão e Digitalização

A forma como trabalhamos foi profundamente impactada de forma transversal a setores, dimensão e geografia. As organizações que se conseguiram ajustar melhor ao impacto da pandemia foram as que apresentavam níveis de digitalização mais elevados, o que prova que muitas organizações já estavam em pleno processo de transformação digital quando começou a pandemia.

A impressão e digitalização é uma das áreas em que muitas organizações já tinham iniciado processos de transformação. Para estas, a pandemia significou aceleração; para outras, colocou em causa a continuidade de negócio e significou mudanças drásticas.

A tendência já vinha de trás, com as organizações a reduzir o número de impressões de documentos e aumentar a digitalização devido à maior disponibilidade de conteúdos digitais, políticas mais restritivas de controlo de custos ou maiores preocupações ambientais.

Com a pandemia e os novos modelos de trabalho remoto, a partilha em formato físico já não era uma opção: o acesso a equipamentos de impressão era mais limitado e a circulação física do papel não era possível face ao confinamento. Esta alteração impactou de forma muito significativa parceiros fornecedores de impressão em Managed Print Services e Pay as You Go, com receitas indexadas a volumes de impressão.

Estudos mostram que modelos híbridos de trabalho, mais flexíveis, deverão ser predominantes no mundo pós-pandemia. 73% dos colaboradores, inquiridos no estudo “The Next Great Disruption is Hybrid Work – Are you Ready?”, querem a continuação de modelos remotos. E 92% dos líderes portugueses preveem permanência da flexibilidade no trabalho no pós-pandemia, de acordo com o estudo “Staying Competitive in a Hybrid World”.

As organizações terão de adotar modelos mais resilientes, necessariamente mais digitalizados, com espaços de escritórios adaptados, e soluções que tirem partido de tecnologias contactless ou realidade aumentada e/ou virtual.

Para tal, as organizações necessitam de parceiros especializados que dominem as dimensões e tecnologias críticas para a sua correta implementação. Por um lado, vimos muitos parceiros tradicionais de impressão a avançar para o computing e para as soluções de workplace e colaboração, trabalhando com as suas bases de clientes instaladas. Isto exigiu o desenvolvimento de novos skills de vendas e implementação, com soluções virtualizadas em cloud computing, por exemplo.

Por outro lado, integradores de sistemas viram uma oportunidade de negócio, através de propostas de valor de digitalização, classificação, processamento, disseminação e colaboração. A aposta em soluções de workflow integradas, potenciadas por inteligência artificial e Robotic Process Automation, permitem não só reduzir a pegada de carbono das organizações, como também potenciar uma maior eficiência do escritório e maior segurança no manuseamento e privacidade dos dados, especialmente em modelos de trabalho híbrido em que o colaborador decide o local de onde trabalha.

A capacidade de apresentar soluções aos clientes que esbatam o plano físico/virtual permitindo, de forma económica, uma maior flexibilidade de forma de trabalho, garantindo a universalidade de acesso aos colaboradores e que mantenham, para as empresas que o valorizem, uma dimensão de sustentabilidade e segurança, vai determinar o sucesso dos parceiros e dos clientes.

A capacidade de inovação das soluções tem também que levar em conta o enquadramento legal do país e de cada setor, seja para assinaturas digitais ou alteração de procedimentos para o papel ser opcional.

A conjugação destes fatores permitirá ao ecossistema de parceiros contribuir de forma decisiva para a transformação das organizações em Portugal, potenciando uma maior digitalização da economia, uma maior resiliência das nossas empresas e uma maior vantagem competitiva para o país no pós-pandemia.

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