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Joana Almeida, Manager IT, Adecco Permanent Recruitment, Portugal em 2025-5-21

OPINIÃO

Liderança

(In)segurança digital: como os profissionais de IT lidam com a pressão da inovação constante

Vivemos rodeados de tecnologia - mas quem garante que aqueles que a desenvolvem estão preparados para acompanhar o seu ritmo? Cada vez mais, o nosso dia-a-dia é moldado pela inovação tecnológica: seja para adquirir produtos ou serviços sem termos de nos deslocar a um espaço físico e encarar pessoas, seja para agilizar as nossas tarefas diárias, ou até mesmo para controlarmos tarefas/processos

(In)segurança digital: como os profissionais de IT lidam com a pressão da inovação constante

Joana Almeida, Manager IT, Adecco Permanent Recruitment, Portugal

Para muitos, dos utilizadores isto é encarado como um benefício e uma libertação de determinadas tarefas mais rotineiras ou que exijam menor esforço intelectual. Para outros será mais uma dependência cujos riscos podem sair muito caro, como a invasão/ataque cibernético, as deepfakes, o acesso fácil a dados pessoais e/ou informação sensível, acesso a dados de atividades e de interesses pessoais.

Muito se falou sobre os benefícios vs riscos para os utilizadores. Mas, e para os profissionais de IT? Como encaram eles esta evolução?

Num mundo cada vez mais transformado por uma era digital, onde a necessidade da coexistência de soluções legadas e tecnologias emergentes nem sempre permite a visibilidade de “ponta a ponta”, comprometendo a eficácia dos controlos de segurança aplicados.

Esta necessidade aliada à exigência, cada vez maior, por parte das organizações em manter um alto nível de desempenho, obriga aos profissionais de IT a trabalharem sob pressão. Este ritmo de trabalho, numa realidade em que a atualização constante de competências é um requisito obrigatório, gera desgaste nas equipas técnicas e uma perceção de insegurança quanto à capacidade de resposta a situações de desenvolvimento futuras e de mitigação de possíveis riscos emergentes.

Neste contexto, a (in)segurança destes profissionais está, inevitavelmente, relacionadas com a exposição dos mesmos à complexidade dos sistemas e ao elevado ritmo de transformação digital. Por outro lado, uma organização que permita e promova uma boa capacitação dos seus profissionais de IT e uma estrutura colaborativa que os apoie no desenvolvimento das suas competências, poderá influenciar a sua perceção de (in)segurança.

E como veem os profissionais de IT o desenvolvimento da Inteligência Artificial e o seu impacto nas suas funções?

Este é um tema que suscita alguma discussão. Se, por um lado há quem defenda que algumas funções vão deixar de existir no ecossistema tecnológico, há também quem sugira que apesar de haver tarefas que poderão ser substituídas/ automatizadas, a validação humana terá de estar sempre presente. E, de acordo com Calvo et al (2020)(1) e Nazareno e Schiff (2021)(2), embora a IA possa oferecer oportunidades, ela também apresenta potenciais ameaças de instabilidade e stress a colaboradores que trabalham em ambientes em constante evolução tecnológica.

Certo é que, tal como em todas as restantes funções, também estes profissionais terão de reformular o seu perfil técnico e adaptar-se a uma nova realidade onde deixarão de efetuar algumas tarefas e terão novas responsabilidades, nomeadamente, na área de Compliance com o RGPD e a integração técnica de IA nas diversas soluções em que trabalham. Trata-se, uma vez mais, da capacitação dos profissionais, para que se possam adaptar a um novo contexto, com o menor impacto possível para o negócio.

Só com uma abordagem de desenvolvimento estratégica, sustentada e colaborativa será possível garantir que a inovação tecnológica seja acompanhada por um ambiente de confiança e segurança, sendo revelador da maturidade digital das organizações, uma vez que a verdadeira maturidade digital não se mede pela tecnologia que se usa, mas pela confiança com que as equipas a aplicam.

 

(1) Calvo R. A., Peters D., Vold K., Ryan R. M. (2020). “Supporting human autonomy in AI systems: A framework for ethical enquiry” in Ethics of digital well-being: A multidisciplinary approach. eds. Burr C., Floridi L. (Cham: Springer International Publishing; ), 31–54.

(2) Nazareno L., Schiff D. S. (2021). The impact of automation and artificial intelligence on worker well-being. Technol. Soc. 67:101679. doi: 10.1016/j. techsoc.2021.101679

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