Vasco Leitão, IT Senior Director, do Grupo Multipessoal em 2019-5-29

OPINIÃO

A tecnologia ao serviço da Melhor Experiência de Emprego, em Portugal

A escassez de recursos humanos qualificados é uma das principais preocupações para a maioria das organizações europeias, e o desafio estende-se ao contexto nacional. Áreas como as tecnologias da informação, telecomunicações, engenharia e construção civil, são algumas das que possuem mais procura de emprego e menos recursos disponíveis no mercado

A tecnologia ao serviço da Melhor Experiência de Emprego, em Portugal

Em Portugal, e no que respeita às tecnologias de informação, existem entre cinco a oito mil vagas por preencher. A procura de recursos de IT com conhecimentos muito específicos é comum aos anúncios de emprego e é, igualmente, habitual os requisitos descreverem a necessidade de experiência em determinadas tecnologias. 

No entanto, durante os processos de recrutamento da atualidade, deparamo-nos com uma das seguintes circunstâncias: (1) os recursos não têm experiência ou formação especializada suficiente para as necessidades da organização; (2) fazem fit perfeito com as necessidades da organização, mas, por serem recursos altamente especializados, e por isso raros, a remuneração auferida já se encontra fora do orçamento disponível para a contratação, (3) as empresas não têm ferramentas especificas para recrutamento e seleção. 

É nesta altura que as organizações sentem a necessidade de recorrer a empresas de Recrutamento e Seleção Especializados, para encontrarem os perfis pretendidos. Não só porque os especialistas dessas organizações detêm uma maior experiência de pesquisa de profissionais no mercado, mas também porque estão munidos das ferramentas tecnológicas mais adequadas e evoluídas para a seleção de candidatos. 

Por um lado, estes tipos de ferramentas tecnológicas asseguram, aos profissionais de recrutamento, a agilidade total na pesquisa e seleção dos candidatos que melhor se enquadrem nas necessidades dos clientes. 

Por outro lado, o facto de serem usadas, particularmente, por profissionais especializados em processos de recrutamento, possibilitam a seleção de candidatos cujo perfil se enquadre nos quatro níveis contemporâneos do processo de recrutamento: (1) Job Fit; (2) Boss Fit; (3) Team Fit e (4) Company Fit. O sistema ATS (sigla para Applicant Tracking System) permite criar, rapidamente, um anúncio de emprego e colocá-lo, simultaneamente, em todos os portais de emprego que sejam adequados ao perfil para agilizar a receção das candidaturas. 

Após a receção das candidaturas, este tipo de sistema integra o candidato, de forma automática, numa base de dados e, simultaneamente, segmenta e classifica toda a informação recolhida. 

Este processo de CV Parsing é muito importante, pois permite ter todo o detalhe do curriculum vitae recebido, de forma estruturada, no sistema. Quer ao nível da experiência profissional, quer ao nível do percurso académico e da formação especializada do candidato, o ATS irá catalogar todas os conhecimentos e experiências. A título de exemplo, no caso de um Programador é importante registar quais as linguagens em que sabe programar e qual a experiência que possui em cada uma delas. 

O sistema ATS está também integrado com redes sociais como o LinkedIn, o que permite obter ainda mais informações sobre o candidato, criando assim um perfil digital do candidato. 

Após a inscrição de vários candidatos numa determinada oferta, o recrutador faz um primeiro filtro baseado na informação que está registada. Seguidamente, pode definir um ranking dos vários candidatos e, desta forma, pode ir estabelecendo o registo das várias fases do processo de recrutamento, até à entrevista final com o cliente e a sua contratação. 

O ATS permite a uma empresa especializada em Recursos Humanos assegurar um processo uniforme, confirmando sempre o feedback aos candidatos e, desta forma, criar uma experiência melhorada, e estabelecer uma relação de longo prazo com os mesmos. 

Todos os candidatos que, não sendo selecionados pelo cliente, confirmem o consentimento para permanecer no sistema ATS, ficarão prontamente segmentados para futuras oportunidades semelhantes. 

Desta forma, estes profissionais são mais fáceis de pesquisar em novos processos similares, pois através da informação recolhida anteriormente, e graças aos algoritmos do ATS, acabará por ser encontrada a correspondência que fará o match entre a oferta e a procura, salvaguardando todas as necessidades e expectativas, quer das Empresas que querem contratar, quer dos Candidatos que querem encontrar emprego. 

Finalmente, o processo de recrutamento através de um sistema ATS possibilita ainda aos recrutadores gerirem de forma, absolutamente, aperfeiçoada toda a relação com os candidatos. É possível no ATS registar o perfil de cada candidato de forma individual, combinando os dados automatizados, com o feedback das entrevistas estruturadas por telefone, em vídeo-call, ou presencialmente. 

Caberá sempre ao recrutador fazer a filtragem e a correspondência e ir afinando todo o processo de seleção. O sistema facilita e acelera, mas são sempre as pessoas que asseguram a dimensão mais importante em todos os processos de recrutamento. 

Sabemos que o sucesso da liderança humana, na Era da Tecnologia, só é atingido por quem consegue conciliar aptidões técnicas com capacidades dinâmicas e comportamentais, sabendo ajustar-se às novas necessidades e expectativas organizacionais, sociais e geracionais, mas complementando as suas competências com as tecnologias mais avançadas. 

Porém, sabemos também que as soft skills dos candidatos não são possíveis de serem avaliadas por robôs nem algoritmos, e o sistema ATS nunca irá substituir o papel dos recrutadores. O ATS é, tal como um CRM que gere a relação com o um cliente, uma ferramenta que gere a relação com o candidato, pois o que importa é a qualidade do processo de recrutamento. 

Estou certo de que esta é a melhor forma de alcançar a confiança e promover a Melhor Experiência de Emprego em Portugal. 

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