2019-1-29

NEGÓCIOS

Mercado chinês de smartphones continua em declíneo

Em 2018, as vendas de smartphones na China caíram para o nível mais baixo desde 2013, com um total de 396 milhões de unidades vendidas. A desaceleração natural à medida que os consumidores mantêm os seus smartphones por mais tempo é um fator, mas foi consideravelmente amplificado pela desaceleração económica na China e pela diminuição do poder de compra dos consumidores

Mercado chinês de smartphones continua em declíneo

O último trimestre registou uma queda de 15% ano-a-ano nas vendas de smartphones, sendo o sétimo trimestre consecutivo de declínio. À medida que as vendas caem, o mercado está a consolidar-se rapidamente. A quota de mercado dos cinco principais fabricantes de smartphones aumentou de 73% em 2017 para 88% em 2018.

Entre eles, a Huawei e a Vivo contrariaram o declínio geral do mercado, crescendo 16% e 9%, respetivamente. A Oppo conseguiu manter o segundo lugar, mas registando uma queda de 2%. A Xiaomi ficou em quarto, com um segundo trimestre insatisfatório a fazer com que as vendas para o ano inteiro caíssem 6%.

A Apple ficou em quinto lugar com uma queda de 13% em 2018 – ainda superou o mercado, mas teve a pior taxa de crescimento entre os cinco grandes, sendo este o terceiro ano consecutivo de declínio das vendas da Apple na China.

A Huawei alcançou uma participação de mercado recorde com 27% em 2018, com um total de 105 milhões de unidades vendidas. "A Huawei penetrou o high-end com inovações tecnológicas e uma marca de fortalecimento, o que ajudou a reforçar significativamente a sua liderança na China", refere Mo Jia, analista do Shanghai Office da Canalys. “A sua estratégia dual-brand tem sido um enorme sucesso, com a sub-marca Honor a ajudá-la a cobrir uma ampla gama de faixas de preço. A China continua a ser uma base sólida para a Huawei, e a sua plataforma de lançamento para expansão internacional, já que a Huawei pretende desafiar a Samsung para liderança global em 2019".

"A posição de mercado da Vivo mudou significativamente", refere Yiting Guan, Research Analyst da Canalys. “A Vivo tem agora um portfólio de dispositivos mais simplificado, com uma série Y diversificada, a série Z online-only e a Nex, mais experimental. Também beneficiou de uma estratégia para melhorar a eficiência dos seus canais de retalho. A estabilização da taxa de câmbio de renminbi/dólar virá a ajudar a Vivo, que tem uma maior dependência do seu mercado doméstico do que as suas rivais nos cinco grandes”.

A Xiaomi, que se desenvolveu rapidamente nos mercados internacionais, não conseguiu crescer na China.

"A Xiaomi tentou aumentar o seu preço médio de venda na China. Decidiu fazer da Redmi uma submarca independente projetada para competir diretamente com a Honor [submarca da Huawei]. O desafio da Xiaomi em 2019 será posicionar ambas as marcas corretamente, em termos de produto, preço e canais, para que se complementem em vez de se canibalizarem mutuamente. Se cada marca puder redefinir bem o seu posicionamento, cada uma terá uma maior participação de mercado em 2019 ”, disse Guan.

A Apple teve o ano mais difícil dos cinco grandes, com as vendas a cairem 13%, resultado dos clientes serem dissuadidos pelo preço do seu novo iPhone. Além disto, modelos como o iPhone 7 e 8 não viram melhorias significativas na China, mesmo depois dos preços terem sido reduzidos posteriormente ao lançamento do iPhone XS.

"A Apple tem vários desafios na China e o crescente poder dos concorrentes não é, na verdade, o maior deles", disse Jia. “À medida que a divisão de serviços se torna mais importante na China, é vital que a Apple mantenha ou aumente a sua base instalada de utilizadores iOS. A Apple deve reexaminar a sua estratégia na China e encontrar uma maneira de reavivar a sua imagem de marca de ponta, a fim de se alinhar com o comportamento de compra da demografia local de classe média e alta".

Os principais fabricantes terão ainda menos espaço de manobra em 2019: a Canalys espera que o mercado chinês de smartphones registe uma queda de 3%, para 385 milhões de unidades.

E será nestas condições que 2019 marcará o início da era 5G na China, à medida que os fabricantes se prepararam para lançar dispositivos 5G e os operadores começam a implantar a suas redes comerciais de 5G. O comportamento de compra na China está focar-se na alta qualidade e última geração.

Como resultado, o preço médio de venda de smartphones deve ultrapassar 400 dólares em 2021. A concorrência nos setores de gama média-alta e alta intensificar-se-á, e os fabricantes devem-se concentrar em levar a tecnologia mais recente aos consumidores para justificar preços mais altos .

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