2023-1-02
Os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística dão ainda conta da estabilização do indicador de clima económico e do aumento dos indicadores de confiança em setores como Indústria Transformadora e Comércio
O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou esta segunda-feira os mais recentes dados sobre o indicador de confiança dos Consumidores, que aumentou em dezembro, quebrando assim um ciclo negativo nos últimos três meses. Depois de ter atingido em novembro o valor mais baixo desde abril de 2020, no início da pandemia da Covid-19, as expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentaram nos últimos dois meses do ano, com especial destaque para dezembro. Relativamente às perspetivas de evolução da situação financeira do agregado familiar, o saldo aumentou igualmente. Já o saldo sobre a evolução passada dos preços e das perspetivas relativas à evolução futura dos preços diminuiu, depois de ter aumentado. Desta forma, o indicador de clima económico estabilizou em dezembro, depois de um movimento descendente com origem em março de 2022. A evolução nos vários setoresDe acordo com a análise do INE relativamente aos diferentes setores, o relatório conclui que o indicador de confiança da Indústria Transformadora e do Comércio aumentaram em dezembro, enquanto os indicadores da Construção e Obras Públicas e dos Serviços diminuíram. No primeiro caso, a evolução teve por base a procura global e das perspetivas de produção, com a contribuição negativa das apreciações sobre rutura de stocks. O saldo das expectativas relativas aos preços de venda diminuiu em novembro e dezembro após um aumento nos dois meses anteriores. No global do setor, o indicador de confiança aumentou nos agrupamentos de Bens Intermédios e de Bens de Investimento, diminuindo no grupo dos bens de consumo. Relativamente à Construção e Obras Públicas, diminuiu no último mês de 2022, sobretudo devido ao contributo negativo das apreciações sobre a carteira de encomendas. A confiança diminuiu nas áreas de Promoção Imobiliária e Construção de Edifícios e de Engenharia Civil, mas aumentou na área de Atividades Especializadas de Construção. No caso do setor do Comércio, a evolução do indicador deveu-se, sobretudo, ao contributo positivo das opiniões sobre o volume de vendas. Os indicadores do Comércio a Retalho e do Comércio a Grosso aumentaram em dezembro. Apesar das opiniões sobre o volume de vendas ter aumentado de forma expressiva em dezembro, o mesmo não aconteceu com as perspetivas de atividade que registaram um agravamento. Por fim e no que diz respeito ao setor dos Serviços, o indicador de confiança diminuiu, retomando o movimento descendente registado desde junho de 2021. Estas conclusões resultaram do contributo negativo das apreciações sobre a atividade da empresa e as opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas. A confiança diminuiu em seis das oito secções, entre elas Atividades de informação e comunicação e Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas. Neste caso, o saldo das perspetivas sobre a evolução da procura aumentou nos últimos dois meses, uma inversão na trajetória descendente iniciada em março de 2022. MetodologiaOs dados em causa foram obtidos entre os dias 01 e 15 de dezembro, no caso dos consumidores, com 1249 respostas obtidas. No caso dos inquéritos às empresas, os mesmos foram realizados entre 01 e 22 de dezembro. |