Inês Garcia Martins em 2024-9-20

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Digital signage: a arte de transformar comunicação visual em experiências

Investir numa solução capaz de reduzir custos, aumentar a eficiência, melhorar o envolvimento dos colaboradores, elevar a satisfação dos clientes e impulsionar os resultados, é uma decisão estratégica. A digital signage é precisamente isso – uma tecnologia emergente que está a transformar o modo como interagimos visualmente com o mundo. Para os Parceiros de Canal, esta solução é uma oportunidade de crescimento

Digital signage: a arte de transformar comunicação visual em experiências

Ao explorar cidades em Portugal e pelo mundo deparamo-nos com a presença constante – quase omnipresente – de comunicações visuais de diversas marcas.

A digital signage, ou sinalética digital, evoluiu e tem-se tornado num mercado em forte expansão, avaliado em 15,98 mil milhões de dólares em 2022, com previsão de crescimento para 41,55 mil milhões de dólares até 2031, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 11,2% entre 2024 e 2031, segundo a SkyQuest.

Inovações e avanços tecnológicos

A digital signage não é novidade, mas tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionada pela evolução tecnológica e pela redução nos custos de ecrãs e dispositivos. O que antes era exclusivo de grandes clientes agora está amplamente disponível.

Avanços como resolução 4K e 8K, maior durabilidade, ecrãs interativos, conectividade e software de gestão mais eficiente ampliaram o uso em setores desde o retalho, restauração, ao empresarial e educativo. A tecnologia tornou-se essencial, sobretudo, no setor comercial, onde se procura “chegar mais rápido e mais perto do consumidor”, de acordo com José Aguincha, Diretor da Databox, oferecendo maior envolvimento, controlo remoto de conteúdos e interatividade.

José Aguincha destacou os Jogos Olímpicos como o “clímax da digital signage”, sublinhando que “a quantidade de tecnologia por metro quadrado relacionada com digital signage foi brutal”. Exemplificou os avanços tecnológicos, especialmente o uso de um “LED wall transparente” em Paris, que redefiniu os padrões do setor. Esta evolução reflete-se na robustez e confiabilidade da sinalética digital uma vez que, segundo José Aguincha, “são equipamentos 24/7, resistentes a vandalismo e com sistemas de ar condicionado incorporados”.

A evolução dos ecrãs LED, LCD, UHD, OLED e super AMOLED tem elevado a qualidade da publicidade, tornando a sinalética digital ainda mais atrativa para as empresas. Novas tendências, como o LED com tecnologia “chip on board – COB”, citado por Cesar Sanz, PPDS/ Philips Professional Displays Sales Director Iberia/França e João Carvalho, PPDS/Philips Professional Displays Sales Manager Portugal, têm impulsionado o desenvolvimento de novos produtos, reduzindo a distância entre pixéis em ambientes empresariais.

A procura por esta tecnologia tem crescido, dada a integração de software e hardware avançados, especialmente para o setor comercial que se adapta a lojas menores e mais numerosas. José Aguincha abre as portas para um mundo que, embora pareça distante, já está a tomar forma e prevê que “as lojas vão deixar de ser tão transacionais e vão ser mais experiência. Em Londres já existem algumas assim. As pessoas vão às lojas para viver experiências e depois comprar”. Acrescenta ainda que, “no provador, o painel identifica a roupa, e, sem mudar de roupa, consigo ver no espelho como ficaria em outras cores ou estilos. Inclusive, posso fazer a compra ali mesmo, com o telemóvel e receber em casa”.

“A sinalética digital para exteriores são equipamentos que podem ser utilizados sem nunca serem desligados”, acrescenta, destacando as diferenças entre a sinalética para interiores e exteriores, como a necessidade de maior luminosidade e resistência às condições ambientais. “Os formatos são extremamente versáteis”, continua o Diretor da Databox, “desde painéis planos ou de contorno a grandes formatos, a digital signage adapta-se a todos os ambientes, interiores e exteriores. A capacidade de exibir vídeos, textos, fotos, animações e alertas em tempo real é praticamente ilimitada”.

A crescente interatividade e criatividade na produção de conteúdos tem intensificado a interação das marcas com os clientes. A Inteligência Artificial (IA) desempenha um papel crucial e, como explica José Aguincha, “a IA requer ver, processar e decidir. Isto é como o processamento neural, como nós fazemos todos os dias”. Capacidade que evidencia como a IA em digital signage pode observar o ambiente, processar informações e decidir em tempo real o melhor conteúdo a exibir, o que, segundo o diretor da Databox, terá um “impacto muito grande em tudo o que nos rodeia”.

Oportunidades e competitividade

A sinalética digital gera oportunidades em diversos setores, sobretudo pela eficácia em comunicar diretamente com a audiência. Embora o investimento inicial seja significativo, o retorno pode ser considerável, especialmente com objetivos bem definidos. Não investir nesta tecnologia pode comprometer a competitividade em relação a empresas que já a utilizam, tornando essencial avaliar estrategicamente o retorno sobre o investimento.

Fernando Carvalho, Key Account & Product Manager da Ésistemas, destaca a crescente procura por Mupis digitais de exterior e LEDwalls de grandes dimensões, impulsionada pelo desejo das empresas em ter destaque. Segundo Fernando Carvalho, atualmente, existe “uma forte procura e, ao mesmo tempo, uma preocupação acrescida dos clientes em adquirir soluções robustas de qualidade que também apresentem um design moderno e atraente”.

Na mesma linha, Daniel Afonso, Chief Marketing Officer da EDIGMA, aponta para a crescente diversidade nas necessidades dos clientes, com “uma procura crescente por parte dos negócios mais pequenos que ambicionam colocar maioritariamente LED ou monitores profissionais para comunicarem com clientes, num primeiro contacto com esta realidade, até às marcas que já colhem os frutos de redes robustas, mas que procuram otimização e evolução das mesmas”, diz. Para o Chief Marketing Officer, “assistimos a uma mudança de paradigma nessa procura por parte dos clientes, onde a rede de digital signage serve muito mais do que para fins exclusivamente comerciais, já que é utilizada, por exemplo, para fins informativas e lúdicos”.

A integração das soluções de digital signage com infraestruturas existentes é um processo complexo e multidisciplinar, segundo Daniel Afonso, uma vez que é necessário “compreender em profundidade as especificidades de cada cliente. Esta abordagem permite-nos alocar os recursos mais adequados e capacitados para responder às necessidades específicas do negócio e ao tipo de projeto a implementar”.

Apesar de parecer simples, a sinalética digital envolve desafios significativos, como a escolha de hardware, software, infraestrutura, instalação e gestão de conteúdo. Assim, a sua implementação deve ser vista como uma decisão estratégica de negócio, e não apenas uma escolha tecnológica.

O Chief Marketing Officer da EDIGMA reflete sobre a competitividade no mercado de digital signage e aponta que “o mercado está a crescer rapidamente, com uma competição saudável que serve como motor de inovação”, com Portugal a acompanhar a “tendência de crescimento e proliferação de empresas dedicadas a servir este mercado e isso sente-se na competitividade dos negócios”.

A Philips também prevê a expansão do mercado, impulsionado por um mundo cada vez mais digital e conectado, o que garante um grande potencial para a sinalética digital. Ressaltam que por vivermos “num mundo muito visual, tudo o que está relacionado com a imagem vai continuar a crescer, com diferentes usos, aplicações, formatos e tecnologias”.

Por outro lado, Fernando Carvalho, revela que “os poucos players do setor, em Portugal, ainda investem pouco no desenvolvimento destas soluções e produtos. Procuram sempre atrair os clientes pelo argumento do fator preço baixo, sem preocupação em fornecer soluções robustas, e acabam até por desvalorizar o uso e o potencial destas soluções”.

Desafios sobre a privacidade e sustentabilidade

Os desafios de privacidade surgem com o uso de ferramentas personalizadas, como é o caso da sinalética digital. A proteção dos dados continua a ser uma preocupação significativa, tornando-se cada vez mais urgente encontrar um equilíbrio entre personalização e segurança. Segundo José Aguincha, “a crescente digitalização e interligação exige sistemas de cibersegurança robustos para proteger dados e infraestruturas. A adaptação a novas tecnologias e a formação contínua em novos métodos são cruciais”.

Para José Aguincha, a indústria enfrenta desafios consideráveis à medida que a tecnologia avança: “estamos no limiar de uma transformação radical, que afeta todos os setores, desde a integração de tecnologia até à logística”. O Diretor da Databox destaca a importância de uma abordagem ética para o tratamento de dados e a necessidade de equilibrar a eficiência tecnológica com a integridade humana no ambiente de trabalho.

A sustentabilidade está igualmente no centro do debate sobre sinalética digital. Segundo a Philips, “os sistemas digitais sempre foram reconhecidos como sistemas de alto consumo e, portanto, de grande impacto ambiental”, mas garantem “hoje já estamos a trabalhar em sistemas que reduzem esse impacto”. Inovações contínuas, como ecrãs solares e materiais eco-friendly para displays, estão a moldar um cenário em que a digital signage não é apenas eficiente ao nível da comunicação, mas também ecologicamente responsável.

De acordo com os representantes da Philips, este ano, foi lançada “a primeira linha ECO que consome 40% menos do que modelos similares e cujos componentes são baseados em elementos reciclados e recicláveis”. Entre as soluções disponíveis, o Chief Marketing Officer da EDIGMA, destaca também a introdução de uma linha de painéis LED ecoativos, introduzida este ano, que “permite que cada cem metros quadrados de painéis LED instalados tenham o mesmo impacto ambiental que 150 árvores”.

Tendências e benefícios para Parceiros

Investir em digital signage é essencial para os Parceiros de Canal que desejam não apenas acompanhar as tendências de mercado, mas liderar a transformação digital em diversos setores. “As crescentes soluções de interatividade, aliada à crescente criatividade dos produtores de conteúdos, coloca a relação das marcas ou prescritores de informação num nível único de relação com os clientes”, explica Daniel Afonso.

“Formatos sem limitação tornam a digital signage o veículo ideal para qualquer tipo de conteúdos”, o que revela que esta tecnologia, com as suas capacidades de personalização, interatividade e flexibilidade, oferece uma vantagem competitiva clara, permitindo que as empresas se destaquem num ambiente saturado de informações.

Fernando Carvalho observa que os clientes estão cada vez mais atentos na avaliação das soluções oferecidas, reconhecendo que “o preço não será apenas o fator decisivo”. O futuro da digital signage promete ser ainda mais inovador com a integração de tecnologias emergentes como a realidade aumentada e virtual, além do avanço em displays sustentáveis em todos os setores.

Como conclui o Key Account & Product Manager da Ésistemas, verifica-se “uma transformação contínua na forma como comunicamos nas instituições, com a tecnologia a desempenhar um papel cada vez mais central”. Apostar em digital signage não é apenas uma resposta às necessidades atuais do mercado, mas principalmente uma estratégia para o futuro, permitindo que os Parceiros impulsionem o crescimento e inovação nos seus negócios.

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