2017-6-15

A FUNDO

Data Center no centro da revolução

A transformação digital exige dos negócios uma agilidade e um time-to-market sem precedentes, o que coloca uma nova pressão sobre o data center privado. O IT Channel junto à mesma mesa fabricantes, integradores e distribuidores que têm no data center o seu negócio – Decunify, Eaton, Itconic, Lenovo, Maxiglobal, Nutanix, Rittal, Schneider Electric e TBA – com o objetivo de esclarecer as tendências e oportunidades deste mercado

Data Center no centro da revolução

Um estudo realizado pela IDC Portugal e pela Schneider Electric, no início deste ano, revela que, nos próximos meses, 60% das empresas nacionais anteveem uma maior procura por data centers. Dessas, cerca de 28% preveem que a sua procura aumente significativamente. O estudo tem mais previsões animadoras: 57% das empresas auscultadas afirmam que as suas despesas com data centers deverão aumentar nos próximos cinco anos.

Os protagonistas da Mesa Redonda que o IT Channel organizou com o intuito de debater o presente e o futuro do data center confirmam este imperativo - de que as organizações nacionais terão de atualizar as suas infraestruturas de data center. A crise económica dos últimos anos refletiu-se num desinvestimento e a recuperação da economia que agora se verifica deverá contribuir para a tão necessária renovação.

Jorge Mota, CEO & managing director da Rittal, realçou que “tudo por que a economia do País passou afetou drasticamente todo o mercado de IT e inclusive o de data centers”. O responsável falou numa “enorme transformação”, relacionada com o facto de já não ser o setor público “o grande consumidor de IT”, mas as empresas. “Há uma radical mudança de paradigma”, advertiu. “O Estado cortou os investimentos para o mínimo e hoje assistimos apenas à manutenção da infraestrutura existente. Logicamente, isto terá de mudar, pelo que terá de haver um novo ciclo de investimentos por parte do Estado, tendo em vista a renovação do parque instalado”.

Com esta inversão, o setor privado tem assumido o papel de dinamizador da procura, criando oportunidades, “mas de forma diferente”, indicou Jorge Mota. “Este setor investe de forma mais racional”.

Luís Pinho, CEO da Maxiglobal, notou que o mercado português “esteve parado em 2016, devido a alguma instabilidade política e ao desinvestimento do Estado”, sublinhando, porém, que “este ano, da parte do setor público, já se verifica algum investimento”.

A concorrência dos operadores de telecomunicações

Aos fatores político e económico, José Rodrigues, diretor-geral e owner da TBA, distribuidor de valor acrescentado, mencionou um outro: “Ao longo dos últimos anos houve alguma concentração ao nível das empresas que atuam no mercado dos grandes data centers em Portugal, que não é independente de alguma perturbação que houve nos operadores de telecomunicações, o que levou a que o setor não se tivesse desenvolvido como poderia”. O responsável da TBA falou num mercado em crescimento, sim, mas cuja inovação é impulsionada por “forças externas”, o que significa que “é vital que haja outra integração com projetos internacionais”, em nome da criação de novas respostas tecnológicas e novos produtos.

A oferta dos operadores de telecomunicações é vista por José Manuel Oliveira como um fator para o retrocesso dos gastos que outrora se verificaram com o data center privado. O CEO da Decunify deu como exemplo o grande data center da PT na Covilhã, que pela sua competitividade económica levou a que mesmo as empresas, e não apenas os organismos do Estado, equacionassem transferir para essa localização os seus dados, ao invés de apostar na criação da sua própria infraestrutura. “Potenciou o desinvestimento por parte do setor privado e do setor público durante alguns anos”.

Portugal com todas as condições para acolher data centers de cloud pública

Na ótica dos grandes data centers, Maria de Lurdes Carvalho, VP data center & industrial solutions da Schneider Electric, apontou Portugal como um lógico destinatário para a edificação de data centers de larga escala, com a capacidade para concorrer diretamente com a Alemanha, Inglaterra ou Irlanda. “Temos excelentes condições ao nível da conetividade, pessoas muito capazes para desenhar, operar e gerir os centros de dados, além de uma situação geoestratégica muito favorável às novas economias”, enfatizou. “Não entendo porque não estamos no radar das grandes organizações, tanto dos internet giants como dos grandes colocation providers, que acabam por atrair clientes. Não há diferença entre o que em Portugal somos capazes de providenciar e o que outros países oferecem”, afirmou de forma peremptória.

Uma opinião cem por cento partilhada por Carlos Paulino, country manager da Itconic. “Temos o talento, a posição geoestratégica e a janela de oportunidade”, assinalou. “Este é sem dúvida o momento ideal para abordarmos os internet giants, no sentido de instalarem em Portugal os seus data centers”.

No seu diagnóstico do mercado português, Carlos Paulino identificou oportunidades de negócio ao nível dos data centers on-premises, de pequenas infraestruturas, e no segmento que é o target da Itconic: data centers backbone dos centros de dados de gigantes como a Google ou a Amazon Web Services. Carlos Paulino apontou um conjunto de “enablers”, em particular o edge computing, motivado pela necessidade de trazer o processamento para mais próximo dos utilizadores e que obriga a que estes players “tenham pelo menos edge nodes em Portugal”.

Micro data centers, a grande oportunidade

Os micro data centers são a maior oportunidade de negócio, sobretudo pela necessidade de existir computação local, junto dos equipamentos. “O mercado está a adaptar-se à construção dos micro data centers e data centers in a box, muito mais próximos das organizações”, referiu José Manuel Oliveira, da Decunify.

Todos os setores beneficiam deste modelo – do retalho à saúde, passando pela banca, setor financeiro, indústria ou autarquias. “A cloud não é inesgotável”, alertou Jorge Mota. “A Internet of Things e a Internet of Things industrial – que é muito mais exigente, dado que a produção depende diretamente do gateway – exigem maior disponibilidade e menos latência”.

A IoT não é, porém, a única impulsionadora dos micro data centers, na visão da Maxiglobal. “Grande parte dos data centers médios em Portugal, com 6, 8 ou 10 racks, têm vindo a ser reduzidos. A cloud privada é uma necessidade para quem quer um SLA de 100%. Isto leva a que a computação tenha vindo a diminuir e, como tal, as necessidades de espaço são menores. Temos observado que os data centers têm ‘encolhido’ e pode haver aqui alguma adaptação, para criar micro data centers”, indicou Luís Pinho. "Vemos oportunidade neste mercado e criáimos um produto para micro data center de um, dois ou três bastidores, algo modular".

A Schneider Electric também tem vindo a apostar nesta área e a adaptar a sua oferta. “Entendemos que há determinadas aplicações residentes numa cloud e que, por questões de largura de banda e latência, não são compatíveis com os requisitos dos utilizadores”, disse Maria de Lurdes Carvalho. Para o fabricante, os micro data centers podem ser constituídos por um, dois, três ou quatro bastidores, dependendo da carga que estiver em causa. “Todo o tipo de utilização que esteja dependente de uma latência necessariamente inferior a 100 milissegundos, ou que seja passível de ter problemas com largura de banda, tem de recorrer a computação de proximidade”. A Eaton vê nos data centers até 10 racks “uma excelente oportunidade de negócio”.

Tiago Caneiras, data center segment & 3 PH UPS key account, realçou que o fabricante tem vindo a desenvolver oferta para esta área, tanto a nível de racks como de contentorização, gestão e monitorização destas infraestruturas.

Para a Rittal, este é um negócio que não é novo. Há cerca de dez anos que a empresa disponibiliza mini e micro data centers no mercado, tendo em conta as caraterísticas do tecido empresarial português, composto maioritariamente por PMEs, e Jorge Mota diz que em Portugal existe “uma quantidade relativamente elevada de micro data centers, mais mini do que micro”. O CEO explica a distinção: “Para nós, micro significa um bastidor de 15Us. Num mini data center, estamos a falar de bastidores duplos, triplos ou quádruplos, para 42 Us, que serve as necessidades de uma PME”.

Software-defined e cloud, novo paradigma

A desatualização dos data centers empresariais em Portugal deve-se, segundo Tiago Caneiras, da Eaton, ao advento da cloud, que constitui um novo desafio. “Os data centers têm de estar preparados, a partir de agora, para a necessidade de abordar o novo IT”, alertou. O caminho será, no seu entender, “uma reformulação dos atuais e uma revolução ao nível dos novos data centers”. Segundo a Eaton, cabe a fabricantes e Parceiros sensibilizar as organizações para a necessidade de investir em “smart data centers”. A Lenovo, que se reposicionou no mercado dos data centers há cerca de dois anos e meio, no seguimento da aquisição do negócio de servidores x86 da IBM, também identifica um mercado em crescimento e, sobretudo, distinto.

“Em relação há três ou quatro anos, está muito mais competitivo”, frisou Luciano Zoccoli, enterprise server sales. “Sentimos que há hoje um mercado diferente para as nossas soluções, mais focadas em fornecer clouds privadas, para criar as condições à existência de um data center mais produtivo”, referiu. “A Lenovo quer ajudar os clientes a criar os seus data centers, quer para entregar serviços quer para dar resposta aos seus negócios, e estamos por isso a apostar no software-defined”. 

Para a Nutanix, presente em Portugal desde junho de 2016 e que se dedica ao desenvolvimento de software para ambientes de data center virtualizados, estamos a entrar numa fase de renovação tecnológica do data center empresarial. “Está já a acontecer, com a introdução de um novo paradigma”, afirmou José Duque, territory manager. “As pessoas esperam hoje uma cloud like consumption dentro do data center privado – da resposta imediata à resiliência. Este novo paradigma tem tido grande evolução em Portugal e está bem espelhado na forma como as empresas pensam renovar o seu data center”, explicou. Nos últimos anos tem-se assistido a um reposicionamento das infraestruturas de IT, no sentido de que estas sejam “mais transparentes, mais automáticas e mais orquestradas”, enumerou.

Hoje, o IT tem de entregar um conjunto de serviços às empresas e, sobretudo, de estar muito ligado ao negócio e às suas necessidades. “As infraestruturas têm que conseguir aliar o custo da operação ao custo de disponibilizar um novo produto no mercado”. O data center empresarial em Portugal está, por isso, “bem ativo” e assim se manterá durante os próximos anos. “Muito focado no que a tecnologia pode dar ao negócio”, sublinhou José Duque. E o que está o mercado a solicitar?

A virtualização do posto de trabalho, seja qual for a tipologia, tem aparecido em complemento ao data center. Por necessidades de regulamentação também surgem os disaster recovery data centers, até aqui muito protelados e que agora não se podem mais adiar”. Por último, temos assistido com frequência, nos últimos meses, à necessidade das empresas terem os dados processados localmente e geridos centralmente, nomeadamente em empresas que têm branch offices ou escritórios remotos no estrangeiro.

Para proporcionar maior adaptabilidade ao processamento, a Lenovo incluiu software da Nutanix na sua oferta para data center. “O que o negócio solicita, hoje, é muito variável, e a resposta tem que ser rápida e flexível. Há que integrar os padrões das clouds dentro do data center, para que seja uniformizado e fácil de gerir, de propor e de utilizar, com toda a elasticidade”, evidenciou Luciano Zoccoli.

Cloud pública é ameaça?

Uma arquitetura híbrida, com cloud pública e cloud privada, começa a impor-se em algumas organizações com o on-premises a acolher workloads mais estáveis, com necessidades de resiliência e segurança. “O custo é um fator interessante, bem como o tipo de carga que se coloca fora do data center, pelo que o on-premises site não irá desaparecer”, frisou José Duque. “Será, provavelmente, utilizado em períodos de tempo diferentes, por projeto, por atividades de desenvolvimento”, prevê o territory manager da Nutanix. E se a cloud pública teve um impacto indelével sobre o data center privado, a verdade é que não o ameaça por completo, tendo até impulsionado a sua evolução.

Como notou Maria de Lurdes Carvalho, da Schneider Electric, cloud e data center empresarial enfrentam, em última instância, desafios semelhantes: custo, velocidade e performance. “Há que adaptar as arquiteturas de computação, que são muito impactadas por estes três fatores”. A verdade é que “o core business continua a permanecer on-premises”, assegurou José Manuel Oliveira, da Decunify, “mas já num conceito de cloud privada, cuja implementações começam a aparecer, e já não na arquitetura cliente-servidor”. Os próprios avanços tecnológicos na área da computação contribuem para que o data center privado consiga competir cada vez melhor com o modelo da cloud.

“Uma das razões utilizadas para justificar a cloud pública era a facilidade da reconfiguração de cargas e otimização de recursos”, lembrou José Rodrigues. “Até há alguns anos, ter um armazenamento fiável e com segurança só era possível com equipamentos muito caros. Hoje, com o armazenamento definido por software, com a virtualização levada ao nível da hiperconvergência, o jogo começa a mudar”. O diretor-geral da TBA apontou dois fatores tecnológicos que contribuirão para aumentar a competitividade da computação on-premises: a Intel lançará este ano novos CPUs, a sua maior inovação dos últimos cinco anos.

“Poderemos ter equipamentos com três terabytes de memória, com SSDs à mesma velocidade da memória RAM. Tudo isto irá virar o tabuleiro em termos de cloud pública versus cloud privada. O hardware, mas também o próprio software de virtualização, estão a conduzir a esta mudança”.

Eficiência energética começa com o design

A fatura energética representa o maior custo de exploração de um data center. Como notou Maria de Lurdes Carvalho, 99,99% da energia que dá entrada nos data centers destina-se a tudo menos ao propósito do data center: a computação.

“Os equipamentos têm de ser eficientes, mas os grandes ganhos alcançam-se quando se tem em conta todas as variáveis no momento de desenhar todo o data center, como o cooling, por exemplo. A arquitetura é que faz a grande diferença na eficiência. É por isso que ficamos chocados quando nos deparamos com data centers de design tier 4, os mais ineficientes”, alertou.

Esta realidade existe e, como reforçou Tiago Caneiras, da Eaton, explica-se pelo facto dos clientes procurarem, por um lado, redundância e, por outro, eficiência. “Tem, no entanto, de haver um misto entre ambas”. Luís Pinho apontou a climatização como “o ponto- -chave da eficiência” e os próprios micro data centers afirmam-se como uma solução por norma mais adequada, “por ser mais concentrada”. O CEO da Maxiglobal realçou que “se a computação o permitir, é possível alojar soluções de climatização extremamente eficientes, que podem ser uma combinação de sistemas de condensação, a gás ou não”. Dependendo da dimensão do data center, é possível adaptar a solução em conformidade com as cargas de trabalho.

Na Maxiglobal temos por norma cargas até 40/60 KW, com sistemas de condensação por gás, a dita suspensão direta”. Um outro ponto importante, e que a empresa está a implementar bastante, é a contentorização. “Por norma contentorizamos o corredor frio, que pode trazer vantagens ao cliente, no sentido de que é necessário menor volume de ar para garantir a climatização dos servidores. É possível inclusive fazer free cooling com o ar quente. Estes são métodos que temos utilizado para tornar os data centers mais eficientes”

Do lado das UPS, as evoluções também são assinaláveis. “Estão cada vez mais eficientes”, reconheceu Luís Pinho, devido ao trabalho desenvolvido pelos fabricantes – de momento, 96/96.5 de eficiência é o que o mercado oferece. Para Tiago Caneiras, no entanto, não chega olhar apenas para as UPS. “Há outras formas de entregar energia, a nível de qualidade e distribuição, mais eficientes do que apenas através da bateria que habitualmente conhecemos”, defendeu, referindo-se às especificidades dos data centers hiperconvergentes, por norma mais eficientes, pela elevada componente de virtualização, e à necessidade de monitorizar toda a infraestrutura. “Os custos estão muito relacionados com o TCO da solução”. Mas o total cost of ownership nem sempre preocupa como deveria.

Segundo Luciano Zoccoli, da Lenovo, “em 99,9% das vezes não é um fator de decisão”. Pelo contrário, partilhou, “se existir um equipamento que consuma mais mas que custe menos a opção tende a recair sobre esse”. Esta situação justifica-se, segundo o próprio, “pelo facto da decisão sobre a compra já não depender dos departamentos mais técnicos”, dentro das empresas.

Hoje, a questão da energia e ”está mais alocada a um orçamento que não é o do IT, ocorrendo ao nível da decisão executiva”, alertou José Duque, ou “passando ao lado de quem vai decidir a tecnologia”.

DCIM, monitorizar para corrigir

As ferramentas de data center infrastructure management (DCIM) são indissociáveis de um data center mais eficaz do ponto de vista operacional. “São a visão holística de toda a operação e mandatórias quando se procuram níveis de eficiência elevadíssimos, permitindo estudar tendências e antever fenómenos”, realçou Carlos Paulino, da Itconic. Estas soluções têm uma componente preditiva importante e elevam a eficiência a valores “impossíveis de alcançar de outra forma”, reforçou.

A abordagem da Schneider Electric tem sido a de ajudar os responsáveis de IT a gerir os seus assets “de forma mais rigorosa”, indicou Maria de Lurdes Carvalho. “Não se consegue corrigir o que não se vê e não se mede. Criámos uma ferramenta de DCIM no sentido de gerir uma infraestrutura física e os ativos da infraestrutura de TI, e temos vindo a evoluir a plataforma para ajuda na gestão da operação”.

A Eaton tem vindo a apostar em ferramentas de monitorização dirigidas apenas ao IT manager, no contexto do pequeno data center, que se caraterizam por ser de menor custo e com uma abordagem que Tiago Caneiras classifica de “mais simples”, já que gere apenas os equipamentos relacionados com o IT e não com as instalações. Esta é uma abordagem focada nas PME, já que, como realçou José Manuel Oliveira, nos clientes de grande dimensão há a tendência para trazer toda essa gestão para o facility manager. “As pequenas e médias empresas estão, sim, focadas na gestão do seu data center. Neste mercado observo uma mudança – começa-se a tentar perceber qual o custo energético que tem a infraestrutura de IT. Alguns clientes começam a referir que têm preocupações em distinguir o que é a fatura do consumo de energia global da fatura do data center”

Para o territory manager da Nutanix, o RGPD remete diretamente para a questão do data center definido por software, dado que se relaciona com a rapidez com que se dá resposta a este tipo de desafios. “A agilidade é um ponto importante e o modelo do software-defined é interessante porque permite acompanhar o que vai sendo solicitado em termos de regulamentações. A própria plataforma terá de ter inteligência suficiente para se adaptar a algum potencial risco que possa ocorrer, não só a nível de alarmística mas também para repor a sua configuração inicial”.

A componente de infraestrutura deverá ser uma das grandes beneficiadas a curto prazo – um dos principais impactos será a necessidade das empresas adquirirem uma maior capacidade de armazenamento.

Compliance com RGPD trará oportunidades de negócio

O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), obrigatório de implementar pelas empresas a partir de maio de 2018, trará um conjunto de alterações no modo como as organizações tratam, comunicam e preservam os dados dos seus clientes, o que aportará um conjunto de oportunidades de negócio a quem opera no mercado das TI.

Irá ter bastante nas organizações, seja do ponto de vista do processo, da aplicação ou das layers de infraestrutura”, esclareceu José Duque. “Teremos de saber quem vê o quê, onde, quem consome que tipo de informação. A recolha será imensa, a retenção de dados será enorme. Outro tipo de processamento e de métricas serão exigidas”. Os prestadores de serviços e os fabricantes terão de trabalhar de mãos dadas para que as empresas respondam de forma eficaz a estas novas exigências.

“Uma das maiores diferenças será a responsabilidade da informação. Quem a gere é responsável pela origem e destino da mesma”, notou Jorge Mota, da Rittal. Para o territory manager da Nutanix, o RGPD remete diretamente para a questão do data center definido por software, dado que se relaciona com a rapidez com que se dá resposta a este tipo de desafios.

“A agilidade é um ponto importante e o modelo do software-defined é interessante porque permite acompanhar o que vai sendo solicitado em termos de regulamentações. A própria plataforma terá de ter inteligência suficiente para se adaptar a algum potencial risco que possa ocorrer, não só a nível de alarmística mas também para repor a sua configuração inicial”. A componente de infraestrutura deverá ser uma das grandes beneficiadas a curto prazo – um dos principais impactos será a necessidade das empresas adquirirem uma maior capacidade de armazenamento.

 

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