2016-9-29
O fenómeno Pokémon Go é a ponta de um enorme iceberg intitulado realidade aumentada, a tecnologia que revolucionará os negócios e a forma como trabalharemos no futuro
“Serão muito poucos os negócios que prescindirão da tecnologia de realidade aumentada”. A afirmação pertence a Tom Mainelli, VP da área de dispositivos e displays da IDC e espelha bem a transversalidade da AR (acrónimo de augmented reality, em inglês), que encontrou o seu maior embaixador no Pokémon Go, o jogo que fez disparar em 70% o valor das ações da Nintendo e que num mês faturou 200 milhões de dólares. Mais valiosa que a realidade virtualUm relatório da Tech Pro Research, realizado no início deste ano, demonstrava que existia algum interesse por parte das empresas nesta tecnologia, e pouco mais. Com a AR a tornar-se sinónimo de entusiasmo coletivo, será possível acelerar as suas aplicações aos negócios. As previsões mais recentes da IDC indicam que o mercado combinado de realidade virtual e de realidade aumentada valerá 162 mil milhões de dólares em 2020, com a maior fatia a pertencer à realidade aumentada. A partir do próximo ano, a consultora estima que as receitas de AR relacionadas com sistemas, hardware, software, serviços de consultoria e integração comecem a ultrapassar as da realidade virtual, à medida que a realidade aumentada ganha força na área da saúde, do design de produto e que começa a ser aplicada a atividades relacionadas com gestão e manutenção. Isto porque, ao contrário da realidade virtual, que é cem por cento imersiva e nos transporta para outro mundo, a aumentada – como o próprio nome indica – amplia o que está à nossa volta, adicionando-lhe elementos digitais e mudando a forma como interagimos com a nossa própria realidade. Com a AR, a informação pode ser sobreposta a cenários reais, o que possibilita inúmeras aplicações e experiências altamente personalizadas. No hardware está o ganhoSe nas aplicações mais simples os smartphones e os tablets são plataformas suficientes, para outras será necessário um novo tipo de hardware. Aqui reside uma das primeiras oportunidades para o Canal, à medida que as empresas começarem a adquirir dispositivos de AR – essencialmente wearables com ecrãs que guiam o trabalhador na execução duma determinada tarefa. |