2017-9-25
Com esta aposta, a Google procura impulsionar a inovação e ganhar vantagem na corrida pelo hardware, com o objetivo de se estabelecer no mercado ao nível dos grandes players Android
A Google quer impulsionar as suas divisões de realidade aumentada e realidade virtual, e o seu assistente de voz, com um investimento de 1,1 mil milhões de dólares na aquisição de parte de negócio de Smartphones da HTC. Esta, por seu lado, beneficia de um impulso do seu negócio. A empresa taiwanesa, que mantém os seus negócios tradicionais, já anunciou que se está a preparar para lançar um smartphone standard, no qual a inovação nestas tecnologias atuará como chamariz. Não é o primeiro acordo do género que a Google faz com fabricantes de smartphones. Há seis anos adquiriu a Motorola Mobility por 12,5 mil milhões de dólares, mas dessa vez a jogada não deu bom resultado, e o negócio acabou por ser vendido à Lenovo dois anos depois. Se quando comprou a Motorola a empresa de Mountain View pretendia obter uma série de patentes valiosas num momento em que o litígios proliferavam na indústria, agora, além de dispor das tecnologias já citadas, quer enfrentar diretamente players Android como a Samsung, a LG e a Huawei. A empresa está a levar à séria a corrida pelo hardware. A HTC, com quem já tinha acordos de colaboração, fabricou no ano passado os modelos Google Pixel e Pixel XL, que já foram comercializados pela Google e desenhados sob essa marca. "Estamos entusiasmados com essa aquisição, que nos permitirá inovar nos produtos nos próximos 20 anos", disse Rick Osterloh, diretor da unidade de hardware do Google e ex-gerente da Motorola. A compra, de acordo com alguns especialistas, poderia levar o Google a estabelecer uma sinergia entre software e hardware semelhante ao que funciona tão bem com a Apple e o iPhone. E, de facto, a empresa contratou no início deste ano um dos arquitetos de chips da Apple, no que poderia ser uma tentativa de evoluir para além dos processadores padrão e criar seu próprio silicone. |