2016-5-30

HARDWARE

PC: “As notícias sobre a minha morte foram manifestamente exageradas"

As previsões sobre o desaparecimento do Personal Computer, substituído por dispositivos móveis, falharam. Uma nova vida para o PC pode estar ao virar da esquina.

PC: “As notícias sobre a minha morte foram manifestamente exageradas"

Quando se trata de tecnologia, nada realmente desaparece para sempre - ou pelo menos não por muito tempo. A história recente está recheada de mortes anunciadas que não se concretizaram: a televisão não matou a rádio nem o smartphone e os tablets vão matar o PC.

Na verdade, a maioria das tecnologias novas chegam para disputar uma quota da anterior, e acabam coexistindo, até porque a tecnologia ameaçada pode encontrar formas de evoluir.

É uma visão unânime que para muitos dos consumidores o PC lá de casa ficou a ganhar pó, e só é ligado no dia de entregar o IRS.
O PC perdeu o lugar central no acesso a informação no dia-a-dia de muitas pessoas.

De acordo com a Gartner, o número de unidades vendidas em todo o mundo caiu dos 343 milhões em 2012 para uma previsão de 232 milhões este ano.

Claro que esta queda é muito mais explicável pelo facto dos grandes mercados emergentes terem atingido a maturidade, a par de enfrentarem grandes problemas económicos, do que por uma verdadeira contração dos mercados evoluídos e em estabilidade económica.

Mas uma queda de 30% em quatro anos implica que toda uma indústria enfrenta um desafio, especialmente os vendors mundiais com menores quotas de mercado.
A consolidação de marcas tornou-se o foco da agenda.

É claro que, mesmo que a macroeconomia recupere, o mercado dos PCs nunca irá voltar aos números do passado. Mas isso não significa que morreu.

Alguns dados de mercado mostram o caminho para o futuro do PC, e alguns anúncios de fabricantes podem desvendar o caminho:

- Manter a Margem
De acordo com a Gartner, o segmento ultramobile premium encontra-se numa trajetória ascendente, sendo o único com crescimento previsto. Estima-se que o ultramobile premium alcance 34,6 mil milhões de dólares, um aumento de 16% em relação a 2015. A Gartner prevê que em 2019 este se torne no maior segmento dentro do mercado de PCs, em termos de receitas, atingindo 57,6 mil milhões de dólares.
Neste segmento, a margem atual estimada é de uns sólidos 25%, ao contrário do que ocorre nos segmentos baixos, que pode ser tão baixa como 5%.

- Os jogadores nunca dormem
O Game é seguramente um mercado globalmente de apenas alguns milhões de unidades, mas é um mercado ainda de margens altas, com máquinas premium que podem ultrapassar os dois mil euros. Este mercado mantém as vendas estabilizadas.

- O Cavalo de Tróia
Alguns fabricantes de PCs continuarão, e independentemente da margem obtida, a lançar novos modelos e a trazer inovação para este mercado, porque para algumas marcas o PC é em grande parte uma forma de entrada no cliente para a fidelização, que permitirá a posterior venda de outros produtos de margem mais confortável. O Mesmo objectivo poderá ter o próprio Canal; o PC como meio de conquista de novos clientes.

- Serviços e IoT
Para a Gartner, a IoT pode dar uma vantagem na área dos serviços prestados por fabricantes. Com sensores nas áreas criticas do hardware, cada máquina pode estar sob observação técnica, o que daria uma garantia ao utilizador de que, antes que ocorra algum dano irreversível, ele seria alertado. Este tipo de serviço pode ser um valor acrescentado do fabricante, de forma remunerada ou pelo aumento da fidelização à marca.

- Os PCs serão mais parecidos com os smartphones
A experiência do utilizador, tanto em Windows 10 como em Mac OSX, é cada vez mais parecida com a sua experiência num smartphone. Recentemente, a Google anunciou que o Android vai ser acedido pelo Chrome, o que vai neste mesmo sentido de dar uma experiência de continuidade entre os sistemas. Utilizaremos o PC como usamos as apps dos nossos telemóveis.

Com estas evoluções, o PC pode não ficar com o protagonismo do dispositivo mais usado no futuro, mas terá seguramente o seu lugar garantido nas próximas décadas.

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