2015-7-03

SEGURANÇA

Europeus incapazes de memorizar informação guardada nos dispositivos

Chamam-lhe o “Efeito Google”, a tendência de esquecer a informação por estarmos acostumados a procurar o que desejamos na internet. Os europeus são dos mais afetados por este fenómeno, de acordo com um novo estudo. Metade é capaz de recordar o telefone da casa em que vivia aos 10 anos, mas não o número actual dos seus filhos, escritório ou inclusive cônjuge

Europeus incapazes de memorizar informação guardada nos dispositivos

Esta tendência para não memorizar informação tem vindo a agravar-se à medida que recorremos cada vez mais aos dispositivos móveis para armazenar dados pessoais. Pelo é o que indica o mais recente estudo da Kaspersky Lab, que inquiriu seis mil utilizadores, maiores de 16 anos, em seis países europeus. Os dados extraídos do estudo sugerem que a nossa incapacidade de reter informação importante deve-se ao facto de estarmos cada vez mais a delegar a responsabilidade de memorizar nos dispositivos digitais, sobretudo nos smartphones. Pouco menos de metade (43%) dos consumidores mais jovens inquiridos (16 a 24 anos de idade) diz que o seu smartphone tem quase tudo o que necessitam saber ou recordar.
O estudo revela ainda que a maioria dos europeus ligados à Internet não é capaz de recordar de memória os números de telefone importantes, incluindo o dos seus filhos [53%], o da escola dos seus filhos [90%] ou o do seu local de trabalho [51%]. Cerca de um terço também não consegue recordar o número do seu parceiro – mas quatro em cada dez ainda se lembram dos seus números de telefone da casa em que viviam quando tinham entre 10 e 15 anos de idade.
A Kaspersky Lab batizou este fenómeno de “Amnésia Digital”: a experiência de esquecer a informação que se confia e armazena num dispositivo digital. O estudo encontrou evidências de Amnésia Digital em todos os grupos etários e por igual entre homens e mulheres.

O estudo também demonstra que quatro em cada dez mulheres e o mesmo número de utilizadores entre os 16 e os 24 anos de idade ficariam “profundamente tristes” se não pudessem recuperar as suas memórias armazenadas. Uma em cada quatro mulheres e jovens inquiridos entraria em pânico, já que os seus dispositivos são o único local onde guardam imagens e informação de contacto.
Os smartphones e tablets estão especialmente mal protegidos: só um em cada três (36%) instala segurança TI adicional no seu smartphone e só um quarto (23%) o faz no seu tablet. Além disso, um em cada cinco (21%) não protege os seus dispositivos digitais de qualquer maneira.

“O ato de esquecer não é necessariamente uma coisa má. Nós, humanos, adaptamo-nos lindamente às circunstâncias e se não nos lembramos de tudo é porque não temos vantagens em fazê-lo. Mas esquecer pode tornar-se numa coisa má quando envolve a perda de informação que devia ser memorizada”, refere Kathryn Mills, medico do UCL Institute of Cognitive Neuroscience, em Londres. Segundo esta especialista, “uma das razões pelas quais os consumidores se preocupam menos em memorizar informação prende-se com o facto de terem dispositivos digitais aos quais confiam plenamente essa tarefa. Em muitas sociedades, ter acesso à Internet transmite o mesmo sentido de estabilidade de poder ter eletricidade ou água corrente”.

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