2014-9-02

SERVIÇOS

IBM pretende acelerar descobertas científicas

Um avanço "significativo" na capacidade de computação do IBM Watson Discovery Advisor, sistema de análise de dados, pretende ajudar os cientistas e investigadores no processo de novas descobertas

IBM pretende acelerar descobertas científicas

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, um investigador lê cerca de 300 artigos por ano, tornando-se humanamente impossível acompanhar o crescente repertório de material científico disponível.

Correlacionar enormes quantidades de dados em meras horas e assim acelerar o ritmo de descobertas científicas? Elementar, para o Watson. A IBM anunciou um reforço na capacidade de computação cognitiva do IBM Watson Discovery Advisor, que diz ser o primeiro sistema capaz de revelar padrões e conexões ocultas ou desconhecidas entre grandes quantidades de informação. Este sistema, que está disponível como um serviço através da Cloud, deverá ser capaz de reduzir de meses para dias, e de dias para horas, o tempo necessário para os cientistas testarem hipóteses ou formularem conclusões sobre as suas pesquisas.

Investigadores e cientistas de várias organizações especializadas em ciências da vida, como o Baylor College of Medicine ou o New York Genome Center, já estão a utilizar esta ferramenta para enfrentar o desafio de absorver e analisar os milhões de documentos científicos disponíveis nos bancos de dados públicos e dados especializados.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, um investigador lê cerca de 23 artigos científicos por mês, que se traduz em cerca de 300 por ano, tornando-se humanamente impossível acompanhar o crescente repertório de material científico disponível.

O IBM Watson, refere a tecnológica, “para além de identificar correlações previamente desconhecidas e compreender as nuances da linguagem, compreende ainda a linguagem científica, por exemplo, a de como os produtos químicos interagem”. Segundo a "Pharmaceutical Research and Manufacturers of America", o tempo médio de desenvolvimento de um tratamento farmacêutico, desde o início da investigação até à sua entrada no mercado, é de 10 a 15 anos. Com este sistema a IBM defende que será possível acelerar significativamente o processo de análise de dados, o que contribuirá para a pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos médicos. A empresa dá o exemplo da colaboração com o Baylor College of Medicine: uma equipa de cientistas, biólogos e analistas de dados identificaram "com precisão e em poucas semanas" várias proteínas que modificam a proteína p53, associada a muitos tipos de cancro. “É uma proeza que teria levado anos para ser realizada sem as capacidades cognitivas do IBM Watson”, refere a IBM em comunicado.

Este sistema analisou 70 mil artigos científicos sobre a p53 para prever quais podem activar ou desactivar esta proteína. A análise automatizada permitiu que os investigadores da Baylor pudessem identificar seis potenciais proteínas a serem analisadas em futuras pesquisas. Estes resultados revestem-se de importância pelo facto de, nos últimos 30 anos, os cientistas terem descoberto em média uma proteína por ano. 

"Este anúncio é uma extensão natural da capacidade de computação cognitiva do Watson", refere Mike Rhodin, vice-presidente senior da IBM Watson Group. "Estamos a capacitar os investigadores com uma poderosa ferramenta que irá ajudar a aumentar o impacto dos investimentos que as organizações fazem em Investigação e Desenvolvimento, resultando em avanços significativos".

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