Henrique Carreiro em 2023-11-07
Não, nos portáteis com Windows com os processadores Intel mais recentes e até com os de duas gerações atrás não há falta de capacidade de processamento
O que muitos utilizadores destas máquinas desejariam era conseguir durações de carga de bateria superiores ao que é possível agora. Uma equação capacidade de processamento/tempo de bateria que tem sido resolvida com sucesso pela Apple, desde que começou a equipar os Macbook com os processadores de série M, possibilitando tempos de duração de carga que chegam às vinte horas. Quase em simultâneo, no final do passado mês de outubro, com diferença de poucos dias, a Qualcomm anunciou a sua nova linha de processadores baseados em arquiteturas ARM para computadores com sistema operativo Windows (ou Linux), e a Apple, a evolução dos seus M (que também são ARM) para M3, M3 Pro e M3 Max. A linha da Qualcomm, designada por Snapdragon Elite X, bate, segundo benchmarks apresentados pela companhia, processadores da Intel e da AMD e é competitiva com a geração M2 dos processadores da Apple. E se é notável o esforço da Qualcomm para chegar a tal nível de desempenho, também é certo que estes processadores só estarão no mercado no próximo ano, estando a eventual disponibilidade de computadores neles baseadas a uma distância de, pelo menos, seis meses. A Qualcomm afirmou estar a trabalhar com alguns dos maiores fabricantes de PC, entre os quais a Lenovo, a HP, a Asus, a Dell e a Microsoft, para a criação de máquinas que tirem partido destes processadores. Mas o que pode ser a porta de entrada -- ou a de saída -- para esta nova incursão da Qualcomm no mundo dos PC é o software. A Microsoft tem vindo a investir no Windows on ARM, por forma a tornar a plataforma mais atraente para os consumidores finais. Com o emulador de X86, corre praticamente todos os programas legados e, claro, de modo otimizado as aplicações que entretanto foram recompiladas para ARM -- a exceção mais evidente são os jogos. Mas ao contrário do que acontece com o mundo Apple, onde foi feita uma reconversão de Intel para ARM, não existe aqui nenhuma premência em mudar: a Intel e a AMD vão continuar a evoluir também as suas plataformas e o Windows on ARM (WoA) será, até ver, segunda escolha para os fabricantes, já que o negócio acontece sobretudo nas linhas x86. É uma corrida que não é ganha sem persistência, e tanto a Qualcomm como a Microsoft o são, sem dúvida. Mas onze anos depois do aparecimento do WoA e com parcos resultados para apresentar, só a persistência não basta: é a capacidade de execução que permite cruzar a linha da meta. |