Ronald van Loon em 2021-3-19

OPINIÃO

Como construir uma organização humana & data-centered

“Os dados são o novo ouro” é uma frase repetida de forma frequente na indústria, destinada a ilustrar a crescente comoditização e o aumento do valor dos dados. Considere um pouco de ouro; é monetariamente valioso, sim, mas com um potencial desconhecido. Ainda assim, nas mãos de um joalheiro, o seu valor aumenta à medida que é combinado com outros materiais, moldado em algo inteiramente novo e reutilizado como uma valiosa herança de família ou um símbolo de votos de casamento

Como construir uma organização humana & data-centered

Ronald van Loon é um parceiro da Lenovo e foi convidado para participar na campanha Think Transformation: o guia essencial para a transformação Data-Centered onde se destaca a importância do envolvimento humano na transformação inteligente de toda a empresa, aproveitando ao máximo o potencial infinito dos dados - um princípio da perspetiva de Ronald como líder de pensamento da transformação digital

Como qualquer outra ferramenta, os dados devem ser utilizados com o propósito de estimular a mudança, da transformação e da inovação. No entanto, isto depende de quem está a utilizar e de que forma está a ser utilizado.

As pessoas têm o poder de invocar vantagens competitivamente transformadoras e de crescimento dentro da sua organização, utilizando dados para fins estratégicos. Contudo, é fundamental que esteja certa não só a liderança, mas também as estruturas de dados e as competências, de forma a gerar o maior impacto possível e que, consequentemente, se consiga definir, para o futuro, um caminho de sucesso.

Ser data-centric é essencial para qualquer negócio que esteja focado no futuro, é a pedra angular de onde se extrai todo o potencial da criatividade, da inovação e de novas oportunidades a partir de dados, através do valor da perspetiva humana.

Qual é o papel da liderança neste processo?

Líderes de negócios, executivos e cargos de direção são os responsáveis pela criação de uma cultura de prioridade aos dados dentro da organização, tendo como finalidade melhorar a digitalização, agilidade, resiliência e adaptabilidade, que são os novos imperativos dos negócios da atualidade.

À medida que a liderança procura reconfigurar ou reavivar a organização, adaptando mudanças e desafios que emergiram da pandemia Covid-19, o seu papel como modelo de dados tornou-se simplesmente parte da agenda digital. Isto requer a utilização de dados para fins estratégicos que acelerem a mudança inteligente e a inovação. 

Os melhores líderes percebem que não se trata de encontrar dados que suportem os seus próprios métodos, mas sim de procurar dados que suportem diferentes formas de pensamento. Esta linha de pensamento é um exemplo que gera confiança, transparência e um verdadeiro compromisso com a mudança inteligente, onde todos estão envolvidos e responsáveis pela procura das melhores soluções de dados para a organização.

Por exemplo, o facto de os cientistas de dados serem os responsáveis pela análise, implica a que sejam desafiados a inovar e a comunicar através de várias linhas de negócios. Simultaneamente, as equipas com funções de TI devem ser estimuladas a comunicar as relações entre os dados e a apresentar uma melhor compreensão desses mesmos dados aos cientistas e às restantes equipas mais orientadas para o negócio.

A liderança serve de exemplo para que todos o sigam e compreendam que devem envolver todas as suas forças de trabalho no processo de transformação, colmatando o fosso entre pessoas técnicas e pessoas orientadas para o negócio.

É ainda evidente nas conclusões da investigação da Lenovo que os principais entraves à transformação estão relacionados com a tecnologia, com 45% do impacto dos projetos de TI em toda a região EMEA impedidos por desafios de legacy IT e 42% devido a tecnologias excessivamente complexas.

Abaixo, estão apenas algumas das formas mais importantes pelas quais os líderes de negócios reforçam uma mentalidade focada em dados em toda a organização e uma abordagem aos dados que permite que o seu valor total seja alcançado:

  • Incentivar o entusiasmo: A liderança deve promover o foco e a importância dos dados em todo o negócio, inspirando as equipas e os departamentos a trabalhar e a utilizar os dados, em prol de um objetivo e visão comuns.
  • Estabelecer a acessibilidade de dados: Definir uma norma de acesso aos dados, que os disponibilize com base em métricas e KPIs nos quais se concentram os profissionais C-level.
  • Acelerar a democratização dos dados: Os dados devem ser utilizados para tudo, seja para tomar decisões diárias ou mesmo no desenvolvimento de novos produtos, o que requer que os “não especialistas” sejam capazes de analisar os dados de forma autónoma e evitar estrangulamentos de informações.
  • Disciplina de dados: A responsabilidade pelos dados deve começar pela liderança, que idealmente deve supervisionar e aplicar padrões de governação, privacidade e segurança, entre a recolha, o armazenamento e a utilização de dados.
  • Sistema de recompensa: Os esforços dos colaboradores e os avanços nos dados devem ser recompensados, de forma a reforçar comportamentos positivos em torno de dados e de técnicas analíticas.

Como se constrói uma estrutura organizacional Data-Centered?

Para que a transformação digital ocorra numa organização, é necessário estar em vigor a estrutura certa, o que pode ser um desafio de alcançar. 52% dos gestores de TI estão otimistas com a capacidade das novas tecnologias para melhorar a produtividade, no entanto, 26% espera que isto complique ainda mais a complexidade das infraestruturas atuais, de acordo com um estudo da Lenovo.

O papel das TI na criação de uma estrutura que suporte uma organização baseada em dados é incomparável, dado que têm uma visão 360° de como a organização funciona através de fluxos de trabalho dos funcionários, de diferentes sistemas e de transações. As TI devem, portanto, trabalhar através de uma colaboração estreita com a liderança, de modo a que haja uma compreensão integral de como é que os dados podem ser utilizados para apoiar a organização, incorporada no desenvolvimento de infraestruturas.

A flexibilidade é outro fator integrante na construção de uma organização centrada em dados, como por exemplo através da cloud. Ferramentas como a cloud são os principais motores de transformação e melhoram a forma como uma empresa executa e mantém as infraestruturas de dados, plataformas e aplicações. Por outro lado, melhora também o processamento de dados em tempo real, o que pode resultar em melhores soluções baseadas em análises.

Estruturas modernas e data-centered devem também ser capazes de apoiar análises avançadas e soluções de IA, para que possam ser operacionalizadas de forma eficaz e em escala, contribuindo para uma transformação baseada a dados.

Que conjuntos de competências são necessários para que tudo isto funcione?

Os dados e a tecnologia são os motores da transformação digital, contudo, as pessoas continuam a ser os seus condutores. Como afirma a Harvard Business Review, “é fundamental juntar as pessoas e a tecnologia”.

Ferramentas e tecnologias devem aperfeiçoar as funções dos colaboradores, sendo que devem apenas ser substituídas as funções que podem ser automatizadas, como tarefas repetitivas de menor valor. A tecnologia e as pessoas não devem ser adversárias, mas sim colegas de equipa que trabalham juntos e em harmonia.

Certos conjuntos de competências são essenciais na centralização de dados, especialmente para apoiar modelos de negócios e fluxos de trabalho novos ou em mudança, bem como tendências tecnológicas crescentes que se estão a tornar fundamentais para a transformação inteligente, como automatização de processos robóticos (RPA), IA e a ciência de dados e análise.

Os projetos bem-sucedidos de dimensionamento de dados, de análises e de IA requerem tanto a ciência dos dados, como as competências orientadas para o negócio, incluindo a alfabetização de dados, visualização de dados, conhecimento de negócios, engenharia de dados e design UX.

Além disso, tendo em conta que a tecnologia é tão boa quanto as pessoas que a utilizam, as organizações devem fazer uma junção entre as duas, de forma a que consigam tirar o máximo partido. As Soft Skills são tão valiosas quanto as Hard Skills, uma vez que as pessoas que são adaptáveis e ágeis, têm uma maior facilidade em aprender a acompanhar o ritmo de um ambiente de trabalho digital que está em constante mudança, tendo uma probabilidade mais alta de conseguir ter as competências certas para o trabalho.

Segundo o mesmo estudo, incorporar o elemento humano no itinerário para a transformação inteligente e apoiar as mudanças necessárias envolve:

  • Execução tecnológica: Garantir a compreensão, a educação e a facilidade de utilização por parte dos funcionários em relação às novas tecnologias que são aprofundadas através de planeamentos e suportes adequados. Isto pode ser através da capacitação dos utilizadores com ferramentas automatizadas de self-service orientadas por IA que incluem tutoriais de RA para reduzir os desafios de integração.
  • O cumprimento do potencial humano: As oportunidades capacitadas por TI para aumentar a responsabilidade e a sustentabilidade das empresas devem ser inseridas nos critérios de seleção de tecnologia.
  • Tecnologia inclusiva: Os utilizadores devem ser a prioridade das empresas, de forma a que consigam ajudar a tecnologia apoiando os fluxos de trabalho humano, impulsionar a produtividade e chegar ao papel que a empresa ambiciona desempenhar no futuro.

Humanos Provocam Resultados de Sucesso

Tornar uma empresa baseada em dados é uma viagem, não um destino. Embora superficialmente possa parecer que a chave para desbloquear o sucesso com dados esteja na tecnologia, é importante olhar mais longe e lembrar que esta é apenas uma parte da história.

“No final, são os humanos que definem o sucesso ou o fracasso na digitalização e modernização dos programas”, afirma o mesmo estudo, reforçando o facto de serem as pessoas os verdadeiros potenciadores de valor nos negócios.

 

Ronald van Loon é um parceiro da Lenovo e foi convidado para participar na campanha Think Transformation: o guia essencial para a transformação Data-Centered onde se destaca a importância do envolvimento humano na transformação inteligente de toda a empresa, aproveitando ao máximo o potencial infinito dos dados - um princípio da perspetiva de Ronald como líder de pensamento da transformação digital.

Recomendado pelos leitores

A AI desencadeia uma revolução no networking da Cloud
OPINIÃO

A AI desencadeia uma revolução no networking da Cloud

LER MAIS

La vía portuguesa de hacer política
OPINIÃO

La vía portuguesa de hacer política

LER MAIS

As novas regras do jogo: O Imperativo dos Serviços Industrializados
OPINIÃO

As novas regras do jogo: O Imperativo dos Serviços Industrializados

LER MAIS

IT CHANNEL Nº 106 ABRIL 2024

IT CHANNEL Nº 106 ABRIL 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.