Jorge Valadares, formador Rumos na área de RPA e AI em 2021-12-22

OPINIÃO

Até onde conseguirá ir a Automação Robótica de Processos aliada à Inteligência Artificial

Desde sempre, o ser humano procura soluções para otimizar os seus processos de trabalho através da criação de ferramentas

Até onde conseguirá ir a Automação Robótica de Processos aliada à Inteligência Artificial

Jorge Valadares, formador Rumos na área de RPA e AI

Podemos ver exemplos desse fenómeno na revolução industrial, pela transição da manufatura para a produção através de máquinas, ou na linha de produção, introduzida por Henry Ford e ainda na introdução dos computadores ou entre muitos outros exemplos. No entanto, não ficamos por aqui. De há alguns anos para cá, temos ouvido falar de RPA, Robotic Process Automation ou Automação Robótica de Processos.

A RPA é um método informatizado, software, de automatizar processos de negócio que geralmente são executados por seres humanos. Podemos ver estes robots em prática no dia a dia de muitas empresas, como por exemplo na extração de dados ou ETL (Extract, Transform, Load), ou OCRs (Optical Character Recognition) onde formulários digitalizados são interpretados e corretamente inseridos nas aplicações de negócio.

Hoje, existe um maior conhecimento e facilidade de utilização de Data Science, Machine Learning e Inteligência Artificial, e ferramentas como a visão computacional que permite a interpretação de imagens e vídeo, o processamento de linguagem natural que consegue interpretar linguagem escrita e falada em variadas línguas ou agentes virtuais, também conhecidos por chatbots, que conseguem estabelecer um diálogo com seres humanos, quer de forma escrita, quer em conversação oral, demonstram essa evolução. Podemos facilmente chegar à conclusão de que as RPAs podem evoluir ainda mais na substituição do ser humano nas tarefas de uma empresa. Algumas empresas já as utilizam, como por exemplo num chat ou mesmo call center telefónico, totalmente automatizado ou na primeira linha de suporte de TI de uma organização.

Se pensarmos que este tipo de conhecimento não está disponível para todas as empresas, que o seu desenvolvimento e criação requer equipas altamente especializadas, que o seu custo de desenvolvimento e implementação é exorbitante e proibitivo para a maioria das organizações, estamos enganados, porque existem hoje soluções low-code ou no-code que permitem aos utilizadores de negócio implementarem RPAs, das mais simples às mais complexas.

E se pensamos que se chegou ao limite da evolução das RPAs é porque ainda não ouvimos falar de hiperautomização. E o que é hiperautomização? Não é mais do que RPAs com Machine Learning e Inteligência Artificial integrada, RPA-AI, que permite, por exemplo, aprender com a conversação entre um agente virtual e um utilizador, e melhorar esse diálogo de uma forma autónoma, ou mesmo, a descoberta de processos e a criação de novas RPAs de uma forma automática.

Resumindo, a utilização de RPAs nas organizações permite reduzir tempos de execução, diminuição de custos, exatidão na repetição dos processos, mas pode levantar questões sociais, como previsto no estudo académico da Oxford University e Deloitte (2015): “até 2035, 35% dos postos de trabalho podem ser automatizados.”

Para terminar, deixo uma questão. Algum dia teremos empresas totalmente geridas por RPA-AI ou será apenas ficção científica?

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