Nuno Marques, diretor geral da TotalStor, a Ricoh Company em 2020-12-21

OPINIÃO

“A cibersegurança começa em cada um de nós”

O teletrabalho voltou a ser prioridade nas nossas vidas profissionais, o que obriga a um maior cuidado com a segurança informática. Estando nós fora do nosso local de trabalho habitual, devemos ser ainda mais imperiosos com as regras de segurança na nossa atividade online

“A cibersegurança começa em cada um de nós”

Nuno Marques, diretor geral da TotalStor, a Ricoh Company

Existem empresas mais bem preparadas do que outras, mas quando falamos em segurança informática, por muito bem preparadas que estejam as empresas, cabe individualmente a cada um de nós assegurar e garantir que as regras básicas de cibersegurança são cumpridas. Ou seja, a cibersegurança começa em cada um de nós.

Sendo a cibersegurança essencial a qualquer empresa, é lógico que num escritório tradicional existam todas as ferramentas necessárias em prol da mesma; já em casa o mesmo pode não acontecer. Por isso, mediante as nossas possibilidades, devemos verificar que tomamos todas as precauções para proteger a nossa informação e a informação da empresa para a qual trabalhamos.

Nesta segunda vaga de confinamento, voltamos a aumentar significativamente o acesso à internet e a passar muito mais tempo a navegar online. Desde o próprio trabalho e as ferramentas necessárias para o poder efetuar a partir de casa, à passagem por sites noticiosos, sem esquecer a consulta e partilha nas redes sociais e até às compras online… verificamos que a nossa vida está cada vez mais dependente da internet.

Atualmente, com todas as ferramentas de Inteligência Artificial a trabalharem sobre os dados que permanentemente disponibilizamos à Internet, em especial através das diversas redes sociais, das mais simples pesquisas que fazemos e até dos bens que adquirimos, a forma de sermos “abordados” é sempre muito bem direcionada. Seguramente que todos nós, no nosso dispositivo computacional, já recebemos e-mails, publicidade e até abordagens que têm como base tentadora áreas ou produtos com os quais nos identificamos.

Ou seja, com esta nova realidade de convivência com a Internet e a generalização do teletrabalho, maiores são as possibilidades de vermos os nossos dados e documentos pessoais e/ou profissionais expostos a hackers. Não há dúvida de que se verifica um grande aumento de ameaças, bem como de vulnerabilidades, assim como um crescimento exponencial de ciberataques. 

As vulnerabilidades de algumas ferramentas podem comprometer a operação de qualquer empresa, já que existe um maior número de dispositivos conectados entre si, através da internet, alguns deles mal protegidos ou mal configurados, que acabam por se traduzir em ameaças para as organizações. Além disso, em tempos de contingência e quarentena, ao existir um maior número de conexões, maior é a vulnerabilidade perante os ataques, existindo ainda um significativo crescimento de campanhas fraudulentas que tiram partido do contexto da pandemia. 

É, por isso, necessário redobrar os cuidados na área da segurança. É fundamental estarmos informados e sensibilizados para a importância da proteção quer da informação pessoal, quer da profissional e garantir a segurança dos nossos dados que depende muito de cada um de nós e dos cuidados que praticamos diariamente com os nossos dispositivos, sejam computadores, telemóveis ou tablets. 

Apesar de parecer uma questão banal, é importante que cada equipamento que utilizamos esteja protegido e, mais do que isso, mantenha atualizado um antivírus.
Diariamente, surgem novas versões de vírus e novas versões de antivírus são lançadas, devendo ser aplicadas.

As empresas têm de se preocupar firmemente com a sua política de segurança informática, não devendo poupar no budget desta área. Uma corrupção ou perda de informação trará seguramente impactos incalculáveis e podem inclusivamente levar ao desaparecimento da própria empresa. 

Como forma de proteção paralela, garantir uma política de backups correta e devidamente ajustada à realidade quer de cada um de nós enquanto indivíduos, como à realidade do negócio e tipo de dados de cada empresa, é obrigatória. Quando falamos em processo de backups em função de cada individuo ou realidade, é fundamental garantir que os mesmos estão realmente seguros e válidos. É imperativo garantir que em caso de um dos dispositivos ser “hackeado” e a sua informação deixar de existir ou ficar danificada, exista um backup válido dos dados, num dispositivo independente que nos permita uma recuperação fiável de toda a informação perdida ou afetada. 

Neste contexto, as organizações devem sensibilizar as equipas para uma correta gestão dos seus dados e implementação de um conjunto de medidas preventivas, assim como adotar e reforçar as boas práticas no controlo do acesso à sua informação, como:

  • Ter cuidado e atenção relativamente à fiabilidade dos sites que visitam;
  • Validar a fiabilidade dos e-mails que recebem antes de os abrir;
  • Ter muita atenção ao tipo de links que seguem; 
  • Controlar os instintos de clicar em sites apelativos;
  • Não ceder às compras promocionais imperdíveis;
  • Recusar convites atrativos;
  • Usar um bom e permanentemente atualizado antivírus;
  • Optar por autenticidade (passwords) sempre que possível complexa e em vários passos, com alteração cíclica;
  • Garantir acessos seguros;
  • Encriptar dispositivos;
  • Manter equipamentos e aplicações atualizadas;
  • Usar conexões VPN confiáveis;
  • Fazer cópias de segurança e mantê-las “isoladas”.

O cibercrime faz parte da nossa realidade. Todos os dias hackers tentam entrar nos dispositivos dos cidadãos ou das empresas para se apropriarem de todo o tipo de informação. Por isso, não esqueça: todos os cuidados são fundamentais para a proteção dos nossos dados, e esses cuidados começam em cada um de nós.

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