Vendas de PCs caem pelo sexto trimestre consecutivo

Segundo a Gartner, esta tendência de decréscimo já de verifica há seis trimestres, sendo esta a primeira vez, desde 2007, que o volume de unidades comercializadas totalizou um número abaixo de 65 milhões.

"A deterioração das moedas locais face ao dólar americano continuou a ter um papel fundamental no declínio das vendas de PCs. Os nossos primeiros resultados mostram também que houve um inventário construído através das vendas das épocas festivas no quarto trimestre de 2015", refere Mikako Kitagawa, principal analyst da Gartner.

"Todas as regiões principais registaram um decréscimo das vendas, com a América Latina a verificar a queda mais acentuada, onde a comercialização de PCs decresceu 32,4 por cento. O mercado de PCs da América Latina foi fortemente impactado pelo Brasil, onde a instabilidade económica e política afetaram negativamente o mercado", acrescenta a analista. "O declínio contínuo nas vendas de PCs dos EUA mostraram que a base instalada continua a encolher, um fator que acontecia entre as economias desenvolvidas. Os preços baixos do petróleo conduziram a contracção económica da América Latina e Rússia, mudando-os de motores de crescimento para retardatários do mercado".

Os PCs não estão a ser adotados em novas famílias como eram no passado, principalmente nos mercados emergentes. Nestes mercados, os smartphones são a prioridade. No segmento de negócio, analistas do Gartner disse que a atualização para o Windows 10 está prevista para começar no final de 2016.

Lenovo lidera o mercado global de Pcs

A Lenovo manteve a posição de número 1, liderando as vendas de PCs em todo o mundo no primeiro trimestre de 2016, apesar de ter sofrido um declínio de 7,2 por cento. O decréscimo experienciado pela Lenovo foi transversal a todas as regiões, exceto na América do Norte, onde as unidades de PC da empresa aumentaram 14,6 por cento, em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos quatro trimestres, a Lenovo apresentou crescimento de dois dígitos  nos EUA, enquanto o mercado global diminuiu.

Com a divisão da HP em Hewlett Packard Enterprise e HP Inc. no final de 2015,  companhia enfrenta desafios no mercado de PCs. A HP Inc., que pretende marcar a sua presença longe de segmentos de baixa gama, verificou resultados que refletem seus esforços para enfatizar as vendas high-end, no primeiro trimestre de 2016.

As remessas mundiais de PCs  da Dell diminuíram 0,4 por cento no primeiro trimestre, situando-se numa melhor posição que a média da indústria global. A comercialização de PCs da Dell aumentou na América do Norte e Japão, sofreu uma queda nas regiões EMEA, Ásia / Pacífico e América Latina.

Nos EUA, as vendas de PCs somaram 13,1 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2016, um decréscimo de 6,6 por cento face ao primeiro trimestre de 2015.

"Os fabricantes que tiveram um forte foco do consumidor tiveram dificuldades em aumentar as suas vendas", indica Mikako Kitagawa. "Não existia nenhuma motivação específica para os consumidores norte-americanos comprarem PCs no primeiro trimestre de 2016. Tem havido um aumento das vendas de PCs dois-em-um, mas não o suficiente para compensar a queda nas vendas de notebooks tradicionais e de desktops".

A Dell superou HP Inc., tornando-se o fornecedor número 1 no mercado dos EUA com base nas suas vendas. As remessas de PCs da Dell cresceram 3,1 por cento nos EUA, enquanto as vendas da HP Inc. diminuíram 17,3 por cento.

Na EMEA as vendas de PCs totalizaram 19,5 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2016, um declínio de 10 por cento ano após ano. Na Europa Ocidental, a procura dos consumidores manteve-se estável na Alemanha e no Reino Unido, enquanto em França, o segmento de PCs foi impactado pela transição para a televisão de alta definição. Os consumidores preferiram comprar novos televisores, ou uma caixa específica para a receção de TV. No segmento empresarial, as grandes organizações estão a testar e avaliar o Windows 10, estando a sua adoção prevista para o final deste ano.