Vânia Penedo em 2018-1-23
A mobilidade é vista pelos decisores nacionais como crítica para a competitividade, segundo o mais recente inquérito da IDC ao tecido empresarial português. Redução de custos já não é a prioridade das organizações nacionais.
Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal, durante a apresentação do IDC FutureScapes: Portugal Top 10 Predictions. Fotografia: Jorge Correia Luís/MediaNext
A IDC Portugal prevê que o mercado das TIC cresça 2,6% em Portugal, em 2018, movendo um total de 7,7 mil milhões de euros. As tecnologias da 3ª Plataforma (cloud, mobilidade, social business e big data) e dos Aceleradores de Inovação (IoT, inteligência artificial, impressão 3D, novas interfaces humanas e digitais, robótica e blockchain) irão crescer a uma taxa média de 12,4% e representarão cerca de 54% do mercado em 2018, enquanto as tecnologias associadas à 2ª Plataforma irão decrescer 6,9% em 2018. De acordo com a IDC, 3ª Plataforma e Aceleradores de Inovação vão representar 66% do mercado das TIC em Portugal em 2020. A IDC Portugal apontou ainda o Regulamento Geral de Proteção de Dados como um dos principais dinamizadores dos investimentos em IT em 2018 e 2019, antevendo que mais de metade das 5000 maiores empresas vão estar preparadas para a nova diretiva este ano. As previsões decorrem do estudo “IDC FutureScapes: Portugal Top 10 Predictions”, para o qual a empresa inquiriu 307 decisores de IT e de negócio das 5 mil maiores organizações nacionais. Durante a apresentação das conclusões, que decorreu esta terça-feira, dia 23, em Lisboa, Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal, sublinhou que a confiança das empresas aumentou consideravelmente, com 54% dos inquiridos a acreditarem que o seu negócio cresça em 2018. O estudo denota ainda uma tendência importante: a redução de custos deixou de ser a principal prioridade das empresas. Eficiência operacional, serviço ao cliente e compliance são, hoje, e por ordem decrescente de importância, as três grandes preocupações dos decisores. Segundo a IDC Portugal, mais de 50% pretendem investir em tecnologia este ano. A mobilidade surge no topo das tecnologias entendidas pelos decisores como críticas para a competitividade, tendo sido nomeada por 70% dos inquiridos. Segue-se o cloud computing (eleita por mais de 65% dos decisores) e big data e analytics (a escolha de 60%). Em Portugal, a maioria das organizações encontram-se nos níveis 2 (“Digital Explorer”) e 3 (“Digital Player”) de maturidade no que diz respeito à transformação digital. Gabriel Coimbra realçou que é nos dois últimos níveis — “Digital Transformer” (4) e “Digital Disruptor (5) — que “as organizações começam a ganhar verdadeiramente competitividade”. A IDC observou ainda que continua a acentuar-se o afastamento entre o nível de transformação digital das organizações portuguesas e o das norte-americanas, tendo mais do que duplicado desde 2015, o que denota a necessidade de repensar a forma como os processos de transformação digital estão a ser conduzidos. Gabriel Coimbra realçou que estamos a assistir ao “consolidar do primeiro capítulo da terceira plataforma tecnológica” e a entrar no segundo capítulo, que deverá estender-se até 2022, “caraterizado pela consolidação da oferta cloud em megaplataformas, pelo rápido crescimento da IoT e da inteligência artificial, pela disrupção causada pelos negócios de plataforma - dentro e fora da indústria das TIC -, onde os dados constituem o principal ativo numa economia cada vez mais digital e a experiência dos consumidores, independentemente dos setores, é cada vez mais tecnológica, integrada e imersiva”.
Na edição de fevereiro o IT Channel publica uma Análise onde aprofunda as principais conclusões e tendências apontadas no IDC FutureScapes: Portugal Top 10 Predictions. |