2017-12-20

HARDWARE

Um supercomputador no computador: o próximo passo na IA

A NVIDIA apresentou a placa gráfica TITAN V, que apelida de "unidade de processamento de gráficos mais poderosa do mundo (GPU) para PC”.

Um supercomputador no computador: o próximo passo na IA

Na conferência anual NIPS (Neural Information Processing Systems) que se realizou no início de dezembro na Califórnia, a NVIDIA introduziu aquilo a que a empresa chama de "unidade de processamento de gráficos mais poderosa do mundo (GPU) para PC”, a placa gráfica TITAN V. Esta placa não é destinada a jogadores mas a criadores de software que trabalham em inteligência artificial e em computação de elevado desempenho. Embora o negócio de aceleradores gráficos para jogos, da NVIDIA, ainda represente a sua maior fonte de receita, a empresa tem vindo a avançar fortemente na inteligência artificial (IA) e na computação de alto desempenho (HPC) nos últimos anos.

O lançamento do novo produto é mais uma peça sólida nesta estratégia. A TITAN V destina-se a criadores de software, especialmente investigadores e cientistas que desejam usar os seus PC para fazerem trabalho em AI, “deep learning” e HPC. A NVIDIA afirma que a placa gráfica, que é impulsionada pela arquitetura mais recente de GPU, Volta, "transforma o PC num supercomputador para IA ". A TITAN V apresenta a fabulosa quantidade de 21,1 milhares de milhão de transistores, que entregam 110 teraflops (flop é uma sigla para operações de vírgula flutuante por segundo) de pura capacidade de processamento, ou mais de 9 vezes a de seu antecessor, TITAN Xp, baseada na arquitetura Pascal e tem"uma eficiência energética extrema", de acordo com a informação disponibilizada pela empresa.

A TITAN Xp também foi concebida como uma placa de cálculo, embora tenha sido adotada por alguns jogadores como placa de jogos de topo de gama. Foi lançada há apenas oito meses e a arquitetura Pascal GPU da empresa tem apenas cerca de um ano e meio de idade, fazendo com que o salto de TITAN V de nove vezes em desempenho e duplicação de eficiência energética seja particularmente impressionante. A NVIDIA é um fabricante de circuitos integrados “fabless” — o que significa que subcontrata toda a sua produção.

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company fabrica a TITAN V usando o seu processo de produção de de 12 nanómetros FFN [FinFET NVIDIA] personalizado para a NVIDIA. Os compradores da TITAN V obtêm acesso gratuito ao software de “deep learning” e HPC na NVIDIA GPU Cloud. A TITAN V, que custará 3.000 dólares, já está disponível na loja virtual da NVIDIA. Há um limite de duas placas gráficas por cliente. A placa gráfica TITAN V é o segundo produto que a NVIDIA lançou com base na arquitetura Volta GPU, que apresentou em maio passado e chama "a arquitetura GPU mais avançada do mundo". No final do segundo trimestre, a NVIDIA começou a disponibilizar a sua plataforma Tesla V100 para datacenters.

A Tesla V100 da NVIDIA tem obtido um sucesso apreciável. As maiores empresas mundiais de internet e fornecedores de serviços de cloud estão a atualizar os seus data centers de sistemas baseados em NVIDIA Pascal para sistemas baseados em Volta. Entre os clientes, contam-se empresas americanas como Amazon, Google, Facebook, IBM e Microsoft, e ainda chinesas como Alibaba, Baidu e Tencent. Os principais fabricantes de servidores também estão a incorporar o Tesla V100 nos seus produtos.

A área de datacenter da NVIDIA regista crescimentos de volume de negócios trimestral ano-após-ano de três dígitos em relação ao passado ano e meio, impulsionado em grande parte pela rápida adoção da abordagem baseada em GPU da empresa para “deep learning” e computação de alto desempenho. No terceiro trimestre do ano fiscal de 2018, a receita dos produtos para datacenter da NVIDIA subiu 109% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, impulsionando os resultados globais da empresa e o lucro ajustado por ação (EPS) de 32% e 41%, respectivamente.

A tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia, afirmou Arthur C. Clarke. Com o ritmo a que avança o suporte para IA, estamos cada vez mais perto da singularidade, o ponto em que é verdadeiramente indistinguível, até para quem não acredita em magia.

Henrique Carreiro | Docente de Cloud Computing e Mobilidade Empresarial na Nova
Information Management School

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